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Shiren the Wanderer

por Márcio Alexsandro Pacheco

Shiren the Wanderer“, também conhecido como Shiren 3 no Japão, é um título que nasceu no Super Nintendo em 1995, e que foi relançado para Nintendo DS em 2008. Produzido pela ChunSoft e distribuído pela Sega no Japão e Atlus nos EUA, o jogo utiliza um subgênero do RPG, o roguelike – RPGs de turnos em que você vaga por labirintos aleatórios matando monstros e coletando itens e tesouros, gênero que se popularizou com a série Diablo.

Shiren é um bom jogo que irá satisfazer, pelo menos um pouco, a sede por RPGs dos proprietários de um Wii, com o bom e velho uso de batalhas por turnos. Não é nenhum jogo fantástico, mas irá proporcionar bons momentos para quem curte o gênero. Se você já enjoou de Crystal Bearers, experimente Shiren.

O samurai silencioso e sua doninha falante

Shiren possui uma história e enredo bem básicos, que apesar de não primar pela originalidade, consegue prender sua atenção, com um herói principal, introduzindo vilões, a presença de uma garota misteriosa, uma mansão cheia de tesouros, deuses furiosos e até algumas reviravoltas na trama. A história contém uma forte influência e características da cultura oriental, mostrando um Japão feudal com várias criaturas e monstros, espadachins e mitologias da cultura japonesa.

Você começa o game com o personagem principal, Shiren, acompanhado de seu mestre, apropriadamente batizado de Sensei e o fofucho furão Koppa, que adora bater uma papo (sim, ele fala!), diferente de seu dono que faz o tipo caladão e misterioso. A jornada deles tem início quando Sensei encontra uma estranha chave de pedra, que segundo as lendas tem o poder de abrir a lendária Mansão Karakuri, que está repleta de tesouros. Em sua jornada em busca da mansão, eles descobrem vários mistérios, uma princesa adormecida e que o destino de Shiren pode estar mais interligado com as antigas lendas do que eles podem imaginar.

O jogo basicamente se divide em duas partes, a primeira em que você explora vilarejos e conversa com os seus habitantes para o desenvolvimento da história, com a opção de comprar itens e equipamentos e a segunda parte em que você deve explorar labirintos, enfrentar monstros, procurar itens e enfrentar enormes chefes de fase. A jogabilidade é super simples, lembrando o estilo dos jogos clássicos. Você controla o seu personagem em labirintos enfrentando monstros e armadilhas, com uma ação que mistura batalhas em tempo real e por turnos. Você consegue ver os inimigos na tela, podendo escapar se assim desejar, mas quando em batalhas, elas são baseadas em turnos. Como em qualquer outro RPG, você poderá evoluir personagens, equipar equipamentos, usar magias, etc.

Você pode facilmente viajar entre as cidades e os labirintos através do mapa principal, podendo revisitar locais quando quiser. Há missões e labirintos extras que você pode usar para aumentar o seu nível de experiência e procurar por novos equipamentos. Além de Shiren, você também pode controlar os seus aliados ou customizar uma IA para os movimentos do seu grupo. A opção de se controlar outros personagens será bem útil principalmente na luta contra os chefes de labirintos mais avançados.

No começo do jogo a dificuldade é mínima, mas a medida em que você for avançando no jogo, os labirintos e chefes ficarão mais desafiadores. Você pode ainda morrer de maneiras inesperadas, como morrer de fome durante sua jornada. Os monstros podem danificar seus equipamentos e até roubar itens valiosos. Caso você venha a morrer em um labirinto, você perde todo o seu equipamento e dinheiro, a não ser que você os tenha guardado em uma vila.

Graficamente o jogo não impressiona, o design dos personagens, chefes de fase e vilarejos são até bem detalhados e bem feitos, mas o design dos labirintos é bem básico e sem inspiração.  A boa notícia é que cada vez que você entrar nos labirintos, eles mudam, formando novos caminhos, com novos itens e equipamentos, o que é bem interessante para a longevidade do jogo. Ele também apresenta algumas cutscenes que são bem bacanas e agradáveis de se assistir.

A trilha sonora possui algumas músicas bem produzidas, com estilos orientais, mas nada que vá impressionar. Infelizmente não há dublagens, o que hoje em dia é um item quase que obrigatório para os jogos atuais, ainda mais para um RPG, e fez bastante falta. Porém os textos de diálogos são bem feitos e interessantes, principalmente os do furão Koppa, que se encarrega do lado cômico do título.

Conclusão: Shiren The Wanderer melhorou vários aspectos se comparado aos outros jogos da série, como uma melhora visual e uma história tipicamente oriental interessante, mas ele não vai muito longe. A sua mecânica de exploração de labirintos vai agradar aqueles que sentam falta desse tipo de jogo, e como em um RPG normal, você pode evoluir os seus personagens e customizar equipamentos. Mas por outro lado ele não possui um modo online, também não tem dublagens e sua dificuldade de um modo geral é bem fácil, o que vai agradar os novatos, mas jogadores hardcore podem sentir uma falta de um desafio maior. Um bom RPG, mas sem nada de fantástico.

+ Design de personagens

+ Jogabilidade simples e divertida

Sem dublagens

Sem desafio

Muito ‘básico’

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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