O primeiro game oficial do Brasil foi desenvolvido por Renato Degiovani para o Sinclair ZX81 em julho de 1983. Chamado de Aeroporto 83, o game vinha em um formato de fita k7 e tinha gráficos em preto e branco e o objetivo do jogador era pausar um avião representado pelo caractere “>”, lançando bombas.
O jogo eletrônico foi o distribuído junto com uma revista de informática chamada “Micro Sistemas”, que chegou dois anos antes e também foi pioneira no segmento. Na época, o mercado de micro computadores estava “engatinhando” e tudo era “muito novo”, e a revista acabou servindo de “ponto de encontro” para os entusiastas da tecnologia conhecerem novidades e entenderem mais sobre o ramo de computadores.
Segundo o blog “BoJogá“, a edição de julho de 1983 que contava com o game esgotou nas bancas. Na primeira versão, os objetos e personagens eram representados por caracteres gráficos, como o já citado “>” para o avião, e as bombas eram representadas por um “.”. Já o resto do cenário era feito usando blocos pretos sólidos e pontilhados. Já o nome “83” veio para remeter ao ano de lançamento.
Graças ao grande sucesso do jogo, ele ficou encarregado de desenvolver um outro game para a edição seguinte, dessa vez um jogo de aventura chamado “Aventuras na Selva”, sendo uma espécie de beta para sua criação mais famosa: Amazônia, lançado no mesmo ano. vale dizer que o “Aventuras na Selva” também foi o primeiro software com características de Código Aberto, onde qualquer pessoa pode alterar ou acrescentar coisas a ele.
Já em 1984 houve uma Lei de reserva de mercado no Brasil que vigorou até 1992 e, basicamente proibia a importação de computadores e serviços de informáticva. Nesse contexto, outro nome que se destacou foi Divino Leitão que, assim como Degiovani, foi um autodidata. Nesse caso, ele desenvolveu um jogo chamado “Cavernas de Marte” para a Livraria Ciência Moderna, que chamou a atenção pelo visual sofisticado para a´epoca.
De lá pra cá o mercado de games mudou bastante, sendo que anos mais tarde a TecToy teria um importante papel para os games. Já a revista Micro Sistemas vigorou até 1997, quando encerrou suas atividades definitivamente.
