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Análise | Capcom Fighting Collection oferece muita pancadaria nostálgica

A Capcom é conhecida como uma das mais importantes desenvolvedoras da indústria, especialmente no mercado de jogos de luta, com o seu grande representante sendo Street Fighter, lançado na década de 1990 e muito cultuado até hoje em dia. Mas não é só de Ryu e companhia que a companhia se sustentou ao longo desses anos.

E com o objetivo de reunir alguns títulos de sua longa história, chega ao mercado a coletânea Capcom Fighting Collection, que já está disponível para as plataformas PlayStation 4, Xbox One, Switch e PC, contendo 10 jogos de luta clássicos da empresa nipônica, e que tem como destaque toda a série com temática de terror Darkstalkers, reunida pela primeira vez fora do Japão.

E se você é fã de jogos de luta ou se antigamente se divertia com eles nas casas de fliperamas, certamente este pacote vai agradar em cheio. Confira aqui em GameHall o que achamos de Capcom Fighting Collection.

A Coleção

Bom, antes de qualquer coisa, vale destacar que esta coletânea reúne 10 jogos de luta em sua versão arcade, lançados originalmente entre 1994 a 2003, incluindo toda a franquia Darkstalker, que não é tão popular quanto outras séries do estúdio – os últimos jogos da franquia foram lançados em 1997.

É claro que, além dos jogos clássicos, a coletânea também conta com multiplayer online, recursos aprimorados, diversos ajustes de balanceamento de jogabilidade e melhorias gerais de usabilidade que foram implementados em todos os jogos.

Confira a lista completa de jogos, que estão disponíveis nas versão ocidentais e japonesas:

Série Darkstalkers

  • Darkstalkers: The Night Warriors (1994)
  • Night Warriors: Darkstalkers’ Revenge (1995)
  • Vampire Savior: The Lord of Vampire (1997)
  • Vampire Hunter 2: Darkstalkers’ Revenge (1997)
  • Vampire Savior 2: The Lord of Vampire (1997)

Em pleno auge da série Street Fighter, a Capcom resolveu surpreender os fãs e lançou um game de pancadaria diferentão dos populares lutadores de rua, que trazia monstros e criaturas mitológicas quebrando o pau entre si.

Com boas mecânicas de luta, belos visuais em estilo cartoon e personagens carismáticos como Morrigan, Felicia, Pyron, Demitri, entre outros, Darkstalkers caiu nas graças dos jogadores de fliperamas, e posteriormente nos videogames caseiros.

Em termos de história não temos nada muito complexo, como a maioria dos jogos de luta da época. Um torneio está acontecendo para decidir qual dos Darkstalkers é digno de se tornar o rei do Mundo dos Monstros, quando um poderoso demônio alienígena chamado Pyron invade a Terra e entra no torneio, decidido a governar o mundo. O jogador pode escolher entre 10 personagens, cada qual lutando por razões diferentes.

Os três primeiros jogos foram lançados no ocidente, porém Vampire Hunter 2: Darkstalkers’ Revenge e Vampire Savior 2: The Lord of Vampire nunca saíram do Japão. Os dois jogos são na verdade revisões do segundo e terceiro game, que basicamente removiam alguns personagens e adicionavam outros, sem trazer grandes novidades.

Outros títulos

Red Earth (1996)

Além da série Darkstalkers, outro título que merece destaque no pacote é Red Earth, que é lançado pela primeira vez em consoles domésticos, desde a sua estreia original nos arcades em 1996 – ou seja, 26 anos praticamente na obscuridade.

O grande diferencial de Red Earth é adicionar elementos de RPG nas luta, com o personagem do jogador podendo ganhar pontos de experiência e assim subir de nível, aumentando seu poder de ataque, defesa e desbloqueando novos e poderosos golpes.

A história se passa em uma Terra alternativa de fantasia medieval, e traz apenas quatro personagens jogáveis. O brutamontes leonino Leo, a jovem lutadora de artes marciais Mai-Ling, a feiticeira Tessa e o Ninja Kenji.

Esse reino é invadido por Scion, um poderoso mago que se alimenta do ódio e da escuridão da humanidade, e que é o chefe final do jogo. Ele liberou no mundo várias criaturas com o objetivo de destruir os humanos e construir um novo mundo de suas ruínas. Agora o destino da humanidade depende desses quatro heróis.

Durante as lutas é possível coletar moedas que fornecem pontos de experiências e baús contendo orbes, usados para realizar super movimentos e comida, que reabastecem o medidor de vida do jogador (única maneira de recuperá-la), elementos que tornam o game muito semelhante a um jogo de pancadaria clássico, como um Final Fight, ao invés de um de luta tradicional.

Além disso, Red Earth também possui fatalities, que incluem dividir o oponente no meio, decapitação e cortes de membros, além de contar com múltiplos finais, influenciados pelas ações do jogador, quantidade de continues utilizados e a maneira de matar os inimigos.

Cyberbots: Full Metal Madness (1995)

Cyberbots: Full Metal Madness é um jogo de lutas de robôs também não muito conhecido, que é na verdade um spin-off de Armored Warriors, que já deu as caras no Capcom Beat ‘Em Up Bundle de 2018.

Assim como em Armored Warriors, o jogador pode criar variados conjuntos com diferentes braços e pernas de suas máquinas, que afetam as habilidades e movimentos dos robôs, que podem executar vários tipos de ataques dependendo da configuração.

Pocket Fighters

● Super Puzzle Fighter II Turbo (1996)
● Super Gem Fighter Mini Mix (1997)

O pacote contêm dois jogos no estilo Pocket Fighter, que utiliza visuais fofinhos SD de personagens consagrados da Capcom, além de oferecer sistemas de batalhas diferenciados, o que torna os títulos bem divertidos, como é o caso de Super Gem Fighter Mini Mix.

Já o Super Puzzle Fighter II Turbo é na verdade um puzzle game no estilo de Tetris, onde o jogador deve fazer combinações com as pedras que caem do alto, porém ambientados com os personagens de jogos de luta da Capcom, com lutam entre si com simpáticas animações de acordo com a performance do jogador. Esse jogo poderia ter sido substituído por alguma outra opção mais interessante.

● Hyper Street Fighter II: The Anniversary Edition (2003)

E por fim o pacote disponibiliza Hyper Street Fighter II: The Anniversary Edition, uma edição especial do consagrado Street Fighter II, lançada em 2003 para comemorar os quinze anos da franquia, e certamente o título mais popular e conhecido do pacote pelos fãs.

O que o pacote oferece?

Assim como em outras coletâneas da Capcom, o pacote oferece uma interface simples e fácil de navegar, totalmente disponível em português (mas os jogos em si não possuem legendas em português), com vários tipos de filtros de imagem, opções de formato de tela e molduras para completar o visual, até aí nada de diferente do usual.

Também é possível configurar os controles de todos os jogos, alterar a velocidade, dificuldade, quantidade de rounds, força de ataque e velocidade do cronômetro, além de ser possível escolher modos offline, online (casual ou ranqueada) e de treino.

Já na parte de extras e bônus, o pacote oferece um sistema próprio de troféus e conquistas, o que acrescenta uma camada de desafios e diversão para os jogadores.

O jogo também possui um museu com vários itens colecionáveis que oferecem artes oficiais, conceituais, notas de desenvolvimento, em uma total de mais de 500 artes oficiais. Além disso há também uma seção para as trilhas sonoras, com mais de 400 faixas música pra curtir.

Conclusão

Capcom Fighting Collection é uma coletânea indicada para você fã nostálgico de jogos clássicos de luta, com destaque para a série Darkstalkers. O gameplay se apresenta com fluidez impecável e sem bugs, um elemento importante em jogos de luta, com um conteúdo que pode oferecer horas de diversão e distração. Mas se você procura por uma coletânea com mais variedade ou com jogos mais modernos, é melhor procurar por outra opção.

Prós

  • Ports perfeitos de 10 clássicos dos arcades
  • Adição dos não tão conhecidos Red Earth e Cyberbots
  • Gameplay perfeito (sem lag nas partidas online)

Contras

  • Preço de lançamento salgado
  • Pouca variação de franquias
  • Poderia ter mais alguns jogos desconhecidos

Nota: 8.0/10.0

Uma cópia do jogo foi fornecida para elaboração desta análise.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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