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Análise | Samurai Shodown, o mestre da espada!

Samurai Shodown da SNK teve um grande impacto nas rodinhas de fliperama na década de 90 por modificar a fórmula clássica de Street Fighter II, que estava em seu auge na época.

O game mostrava um sistema de luta diferente, com uso de armas e até animais para atacar, além de utilizar o então revolucionário efeito neo-zoom, que foi usado pela primeira vez em Art of Fighting, também da SNK. Era um jogo bastante original e criativo, que ganhou uma sequência ainda melhor.

Tirando coletâneas e relançamentos, o último jogo da série foi o frustrante Samurai Shodown Sen, para arcades e Xbox 360 em 2008. E antes disso a franquia não teve muito coisa boa também, sendo os melhores jogos os da era NeoGeo.

Agora, depois de tanto tempo de espera, os fãs finalmente podem colocar as mãos em um jogo de luta bastante agradável com o nome da franquia. A SNK aprendeu com The King of Fighters XIV e SNK Heroines: Tag Team Frenzy, e nos trouxe um Samurai Shodown nos mesmos moldes desses dois títulos recentes, mas com as características únicas da série. Continue conosco e saiba o que esperar desse game!

Bem-vindo ao Japão Feudal!

O título traz uma lista básica de apenas 16 personagens jogáveis, com outros quatro já confirmados via DLC. O elenco é meio tímido, é verdade, mas é composto por velhos conhecidos e favoritos como Haohmaru, Galford, Nakoruru e Charlotte, em um total de 13 personagens.

Os três restantes fecham o elenco, fazendo sua estreia na série: a pirata Darli Dagger; a delicada chinesa Wu-Ruixiang e o samurai renegado Yashamaru Kurama. Todos os três possuem estilos bem distintos e prometem muitas horas de pancadaria até serem totalmente dominados.

Samurai Shodown é o primeiro título da SNK a utilizar o motor gráfico Unreal Engine 4, que oferece visuais muito bonitos e detalhados na tela, seja dos personagens, das animações cuidadosas, do uso das cores ou dos belíssimos cenários do Japão Feudal ao fundo – as vezes parece que estamos vendo uma pintura tradicional japonesa em um quadro.

Infelizmente o jogo pouco oferece para a campanha solo, que poderia ter uma narrativa bem mais elaborada (personagens interessantes é que não faltam) ou mesmo o desbloqueio de novos modos.

Pancadaria estratégica

Elemento essencial em um game de luta, o gameplay. Samurai Shodown sabe distinguir-se da concorrência neste quesito, apresentando um ritmo mais lento do que estamos acostumados com o gênero. Aqui o foco não são batalhas rápidas e combos complexos e devastadores, mas sim ataques mais técnicos e estratégicos, que usam bastante da defesa, esquiva e contra-ataque.

Conhecer bem as armas utilizadas pelos personagens e saber medir as distâncias delas são técnicas obrigatórias em Samurai Shodown. A novata Wu-Ruixiang, por exemplo, utiliza um escudo como arma e possui uma movimentação de Feng Shui bastante delicada, que são mais eficientes na defesa e contra-ataque do que em um confronto direto e brusco. Inclusive ela se tornou uma das minha favoritas.

Junte a isso alguns ataques especiais, uma barra de fúria que aumenta os danos causados e um super golpe que pode arrancar meia vida do adversário e você já possui uma boa variedade no gameplay. Além disso, também é possível desviar ou repelir ataques e até arrancar a arma do oponente, deixando-o em uma oportuna desvantagem, o que pode virar os rumos de uma partida.

Por fim, destaque também para a parte sonora, com uma trilha sonora com temáticas orientais que se ajustam perfeitamente com os confrontos na tela, além dos efeitos sonoros e uma excelente dublagem japonesa que ajudam na imersão neste Japão Feudal tão particular – e com textos devidamente traduzidos para o português.

Conclusão

Samurai Shodown derrapa na campanha solo pouco desenvolvida, no número limitado de personagens e na falta de opções para quem joga sozinho. No entanto, ele compensa com belos visuais e um gameplay elegante e bastante técnico, com muitas possibilidades e partidas memoráveis. Um reboot que honra o passado e o nome da franquia.

Samurai Shodown está atualmente disponível para PlayStation 4 e Xbox One. O jogo também estará disponível no PC e Nintendo Switch em uma data posterior.

NOTA: 8

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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