Análises

Castlevania

Se você leu nossa análise do “Super Castlevania IV” do SNES, já sabe que ele é um remake do primeiro Castlevania, lançado para o Nintendinho, no dia 26/09 de 1986, no Japão. Trazemos à vocês hoje, a análise do jogo que começou uma das mais famosas franquias que perdura até hoje. Aqui foi onde tudo começou:

O ano é 1691, outro século se passou e Drácula desperta de seu sono pronto para aterrorizar a humanidade. Você controla Simon Belmont, que foi treinado pela sua família  para se tornar um grande caçador de vampiros, assim como seu pai e avô também o foram. Agora um guerreiro completo, Simon, munido do seu chicote mágico Vampire Killer, deve ir ao castelo do vampirão na Transilvânia para acabar de vez com essa ameaça.

 

E assim começa o game, com Simon entrando nos jardins do Drácula em direção ao seu castelo. Os visuais, como  já era de se esperar, são bastante simples, mesmo para os padrões do NES, mas cumprem com o seu objetivo de criar uma atmosfera macabra, com paredes em ruínas, calabouços, montes de  esqueletos ao fundo e outros retoques sombrios. Porém, algumas fases tem cores muito fortes e estranhas, como as paredes laranjas da segunda área, que se confundem com o personagem – que possui uma bizarra coloração amarronzada.

Apesar da coloração estranha de Simon, o personagem tem um design bacana na tela, assim como a horda de inimigos demoníacos leais a Drácula, sendo que muitos deles virariam marca registrada da série, como os esqueletos atiradores de ossos, os cavaleiros de armadura, as cabeças de dragão cuspidoras de fogo, e o bicho mais feladaputa de todos os tempos: as cabeças de medusa voadoras! Destaque para os chefões de fase, com alguns monstros e criaturas oriundas de lendas ou literaturas clássicas, como a Medusa, Frankenstein (chefe extremamente difícil, por estar acompanhando do anãozinho corcunda Igor), uma Múmia e claro, não podia faltar a Morte, eterna aliada de Drácula, e o obstáculo final antes de enfrentar o príncipe das trevas. E como todo bom chefão final, aqui o senhor da escuridão precisar ser derrotado duas vezes, a segunda na forma de um morcegão monstrão gigante, que ataca o herói implacavelmente.

 

O jogo é extremamente difícil, principalmente porque a movimentação de Simon é dura e travada (característica que permaneceria em Super Castlevania IV), seus pulos são curtos e não podem ser controlados, o que dificulta bastante a passagem entre plataformas, um elemento que existe em abundância em todo o jogo, assim como abismos fatais. Um pulo errado ou um empurrãozinho das malditas medusas, e pronto, lá se vai uma vida abismo abaixo. Subir e descer escadas também é um trabalho irritante. Para um guerreiro altamente treinado, Simon bem que podia ter comandos mais suaves e precisos.

São seis fases, divididas em subníveis, e a progressão é linear, tanto na horizontal, como na vertical. Não há labirintos aqui, mas há muitas plataformas, escadas e sobe e desce que, com inimigos no meio do caminho, não é uma tarefa fácil. A principal arma de Simon pode receber até dois upgrades, ficando mais forte e com um maior alcance. Além do chicote, há subarmas que podem ser obtidas pelo caminho, como adagas, machados, bumerangue, água benta, entre outros. Simon pode carregar apenas um deles, e o uso é limitado pelo número de corações coletados (cada arma usa uma quantidade de corações diferentes).

E não vamos esquecer da fantástica trilha sonora, em toda a sua glória 8 bits, com temas empolgantes e muito bem trabalhos. Muitas das canções aqui presentes foram remixadas em títulos posteriores, e foi neste game que foi composta pela primeira vez a música “Vampire Killer“, canção que viraria marca registrada da série, aparecendo em diversos outros títulos da franquia. Escute ela abaixo:

Uma curiosidade: os créditos no final não mostram os nomes dos responsáveis do game, mas sim uma paródia com nomes da literatura e do cinema de terror, como Vram Stoker e Christopher Bee (para quem não sabe, paródia dos nomes do escritor Bram Stoker e do ator Christopher Lee, que fez o papel de Drácula nos cinemas). Graças a essa brincadeira, alguns nomes da produção original continuam um mistério, como o designer responsável de ter criado a arte e visual de um dos jogos mais importantes da história. O cara simplesmente desapareceu do ramo dos videogames, e agora, 27 anos depois, ninguém sabem quem é o fulano. Outra curiosidade é que “Castlevania” ganhou várias versões, entre elas uma para arcade chamada “Haunted Castle“, lançado em 1988. Mas apesar de inspirado na versão de NES, é um jogo completamente diferente e bem tosco.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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