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FIFA 19

FIFA 19” chegou com um grande desafio: manter o posto de melhor e mais jogado título de futebol no mercado. Com a evolução que o PES demonstrou nos dois últimos anos e os problemas que marcaram o início de “FIFA 18” – com alguns perdurando até o fim do ciclo do título – a dúvida sobre a qualidade do lançamento desse ano ficou no ar.

Com os preços altos praticado no Brasil no que diz respeito a jogos, a maioria deverá escolher somente um dos dois principais títulos para ser o jogo de futebol de 2019. Deixando claro que obviamente o gosto nessa hora é pessoal e que ambas as franquias têm pontos fortes e fracos, já dá para para dizer que quem preferiu FIFA nos últimos anos deve continuar na franquia nesse também. Vamos aos prós e contras.

Licenciamento

Na hora de pesar os contras do FIFA, o primeiro que impacta negativamente na escolha é o licenciamento de times brasileiros, que estão presentes com detalhamento de sobra no PES 2019 mas não existem no FIFA. O campeonato brasileiro não tem licença oficial e é chamado aqui de “Liga do Brasil”. Os times até possuem seus uniformes corretos, mas os jogadores são todos inventados, com nomes como Tramontinaldo e atributos fictícios. Para piorar, dessa vez nem a seleção brasileira está licenciada e com isso até mesmo o Neymar aparece apenas como “JR.” na escalação da amarelinha, o resto são jogadores inventados tais quais o do brasileirão. Para resolver esse problema os jogadores tem que ir até o menu de edição de equipes e convocar na mão os jogadores brasileiros.

O que compensa essa falha, de certa forma, é a adição da Liga dos Campeões, que agora está totalmente licenciada para o jogo da EA, bem como a Liga Europa, o que não acontecia faz longos 10 anos, que foi o tempo em que a parceria da UEFA perdurou com a Konami.

Modos de Jogo

Os novos modos de jogo foram provavelmente a melhor adição desse ano. O exemplo mais óbvio é o “House of Rules“, que permite jogar diversos modos de jogo que imitam aquela pelada de fim de semana. Temos por exemplo o modo sem regras, que elimina o juiz do jogo, fazendo com que tudo seja válido. Temos também um modo que faz com que cada gol retire um jogador do time que marcou, se tornando uma espécie de Battle Royale do FIFA. Além de vários outros modos divertidos e que somam bastante para a longevidade do título.

O modo Jornada também vem muito bem. Além de Alex Hunter, também poderemos jogar com sua irmã – que está em busca de uma vaga na seleção norte-americana de futebol – e de seu amigo Danny, que está passando por maus bocados na liga inglesa. Essas novas adições na história dão uma sensação de frescor ao modo e fazem a jornada de Hunter muito mais interessante.

Além de tudo isso temos os já consagrados modos Carreira, FUT e torneio, que trouxeram poucas novidades mas que se mantêm como ótimas pedidas para os fãs da franquia.

Jogabilidade

A jogabilidade tem prós e contras também. A adição de novos elementos como o chute calibrado e as divididas 50/50 são bem vindas, o primeiro mais que o segundo. Com o chute calibrado, o momento final do ataque fica mais manual e menos auxiliado, dando ao jogador os créditos por errar ou acertar a finalização. O funcionamento da mecânica é bem simples, basta apertar o botão de chute no momento em que o pé ou a cabeça do jogador tocar na bola. Se o jogador pressionar no momento certo, o chute sairá, como se diz na gíria do futebol, na veia, com potência aumentada. Caso contrário, pode sair mascado e sem rumo.

As divididas 50/50 já visam definir algumas jogadas pelo atributo físico de cada jogador, dando uma certa vantagem para os defensores em situações que eles sempre tinham a desvantagem, como por exemplo na hora que a bola sobra dentro da área com um defensor e um atacante com chances parecidas e arrematar ou cortar.

O problema dessas duas adições foram os bugs que elas trouxeram. A dividida 50/50 parece afetar o goleiro na hora que o jogador utiliza a saída manual do mesmo, fazendo com que ele tente cortar a bola com os pés em situações que ele deveria pegar com as mãos. Em determinadas situações ele até mesmo passa direto pela bola, causando uns frangos bizarros. Já o chute calibrado parece determinar a forma com que o jogador chuta em situações que não deveria, forçando o chute a sair colocado ou com força a depender dos cálculos que o jogo faz para garantir a eficiência do arremate, ignorando a opção do jogador.

O sistema de toque ativo foi outra adição e parece estar influenciando em alguns arremates de primeira também, o número de gols de bicicleta e voleio está fora do normal, comuns mesmo em jogadores com menos habilidades. Já na jogabilidade geral não senti muita influência dessa mecânica nova, a não ser em algumas firulas no domínio de jogadores como Neymar e Marcelo.

Na cadência geral do jogo parece que houve uma maneirada em relação ao ano anterior. O jogo parece mais lento, muito embora o momento em que o contra ataque é puxado ainda seja desproporcional ao balanceamento geral do todo, muito pela distância de atributos entre atacantes e defensores no papel. Isso força o jogo a fazer zagueiros alcançarem atacantes de forma artificial, o que fica visível para quem está jogando e já é um problema recorrente da série.

No geral fica a impressão que o FIFA continua sendo um jogo que exige mais do jogador do que o PES quando o assunto é vencer partidas. O jogador iniciante do FIFA terá uma curva mais complexa que a do PES e provavelmente terá de jogar várias partidas para conseguir dominar os conceitos básicos do jogo e conseguir se divertir.

FIFA Ultimate Team

O FUT teve poucas mudanças em relação ao ano anterior, mas vale destacar muito a sua nova interface de compra e venda de cartas. O jogador pode com um toque no analógico já decidir se quer colocar as cartas na sua equipe, vendê-las automaticamente ou estipular um preço para elas no mercado. Tudo de forma rápida e intuitiva, sem muitas telas para confirmação e principalmente sem muita demora no carregamento de cada uma delas.

Os algorítimos de busca no geral parecem estar melhores também. Procurar jogadores na loja é mais rápido, bem como achá-los no seu elenco ou na montagem de esquadrões da semana. Isso é uma grande ajuda para quem está começando, que acabava desistindo pela demora para conseguir aprender como movimentar suas cartas no clube e no mercado.

A série FIFA nessa versão de 2019 continua a caminhar cada vez mais para o campo da simulação, deixando as ações do jogador impactarem mais o resultado do jogo do que o auxilio da máquina. Os novos modos de jogo são muito bem vindos e acrescentam bastante, o que deve garantir mais tempo de diversão. A adição da Liga dos Campeões é ótima mas a falta dos times brasileiros com seus atletas licenciados deixa um gosto amargo para os jogadores brasileiros.

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