Análises

Mappy

 

Mappy

Em mais um daqueles jogos descompromissados e divertidos, Mappy que, inicialmente, foi lançado para Arcades, chega ao Nes sem trazer praticamente nenhuma mudança, o que não é de todo ruim, já que era um joguinho divertido e agradável para passar o tempo.

 

Recuperando os itens roubados

No jogo você controla Mappy, um rato policial que entra no esconderijo da gangue de gatos conhecida como Meowky, liderados por Nyamco. Seu objetivo é simplesmente recuperar todos os itens roubados que estão guardados dentro da mansão dos “gatunos”.

O funcionamento do jogo é bem simples. Há um grande cenário com vista clássica em 2D e o jogador pode andar para os lados e usar um dos botões de ação para abrir e fechar as portas espalhadas pelos corredores. Para passar de um corredor para outro (ou plataforma, como preferir), é preciso usar umas cordas que servem de trampolim, fazendo com que Mappy salte e consiga alcançar locais mais altos. É preciso estar atento à cor da corda dos trampolins, já que se Mappy saltar muitas vezes seguidas na mesma corda ela estoura após mudar de cor para vermelho; caso um dos gatos salte na corda, ela volta a cor verde podendo suportar mais saltos.

Os itens roubados ficam espalhados pelas plataformas e basta simplesmente passar em cima deles para conseguir recupera-los, porém a tarefa não é tão simples assim, já que você terá de lidar com os furiosos felinos que o perseguirão por todo o cenário sem tempo para descanso. Eles aparecem em bom número, com grupos de capangas – que são os gatos rosas – que variam conforme o level em que estiver (em leveis mais avançados mais gatos aparecerão), além do chefe Nyamco que se esconde atrás dos roubados.

Para conseguir recuperar todos os objetos, é preciso driblar os Meowky, saltando entre as plataformas e usando as portas para atordoa-los; para isso, bastava abrir uma porta quando so gatos se aproximassem da mesma, para derruba-los no chão e conseguir alguns preciosos segundos de paz. Há também outra porta que fica piscando em uma cor marrom e essa porta possui um poder especial, ao abri-la irá emitir uma onda sonora que empurrará todos os gatos para fora do cenário, os tirando da ação por algum tempo. Usa-las com sabedoria é essencial para conseguir ir cada vez mais longe no jogo, uma vez que os gatos são bem agressivos e por vezes tentarão encurralar o solitário policial, sem contar com passar do tempo os gatunos vão ficando mais rápidos que Mappy.

Na tentativa de variar um pouco, temos alguns estágios bônus depois de um determinado número de fases, onde basicamente você deve pegar todos os balões antes que a música de fundo acabe.

A aventura criada pela Namco é bem divertida, com vários cenários mudando suas configurações, com mais ou menos trampolins e vários itens espalhados pelos corredores (para passar de fase é preciso pegar todos os itens roubados do cenário), mas como todo jogo nesse estilo, acaba enjoando rápido, mesmo sendo um game com uma variedade maior que outros jogos do gênero, como Pac-Man e Dig Dug. Encarar a aventura de Mappy no modo multiplayer por turnos aumenta o interesse dos jogadores, pois é realmente difícil ter paciência para vencer todos os 256 níveis, sem contar que tal tarefa não é nada fácil; após o nível 256 o jogo volta ao nível 1.

 

Gráficos bem trabalhados

Mappy conta com bons gráficos para o Nintendinho, com cenários coloridos e bem desenhados, os personagens são bem feitos, rendendo muitos detalhes para época. Os itens espalhados pelo cenário também tiveram bastante atenção e fazem jus a suas contrapartes reais, ou seja, uma televisão em Mappy realmente se parece com uma televisão, diferentemente do que acontecia em alguns jogos para Nes onde era preciso usar a imaginação para conseguir enxergar o objeto que o design estava tentando fazer. Há um bom uso das cores, deixando o jogo bem bonito aos olhos de todos sem ficar enjoativo ou gritante nas antigas e limitadas televisões de cubo, ressaltando o bom trabalho na conversão para o console da Nintendo.

Os sons também foram bem feitos, desde a bacana trilha sonora aos efeitos sonoros, que são poucos, mas cumprem bem seu papel.

Observação

Quanto digo que Mappy é mais dinâmico e variado que Pac-Man, não quero dizer necessariamente que é melhor que o clássico game dos anos 80. Tanto é verdade que, apesar do bom trabalho da Namco, não há como comparar o sucesso de ambos os jogos, já que um até mesmo ultrapassou a mídia dos jogos e foi parar nas tvs, com séries e muitos outros materiais a seu respeito, sem contar que virou um ícone da cultura pop da época. No entanto, a nota de Mappy é um pouco maior justamente por conseguir fazer o que Pac-Man não conseguiu variar a jogatina para tentar deixar o jogo mais interessante por mais tempo para os jogadores, buscou meios de sair da mesmice, um esforço que deve ser levado em consideração, principalmente em jogos desse gênero, já que todos eles sofrem desse mal.

Nem todo jogo com grande importância para os jogos eletrônicos pode ser considerado um game excepcional nota 10 (ou 5, no caso aqui do Gamehall), pois mesmo que tenha sido importante para determinado gênero ou época, alguns deles possuem falhas que prejudicam o trabalho final, o que não diminui nem um pouco sua importância e nem é motivo suficiente para manchar suas imagens, como é o caso de Pac-Man. Para exercício de reflexão a todos, tentem atribuir uma nota ao importantíssimo jogo Pong, marco na história dos jogos eletrônicos e responsável pela criação da Atari. Não é nem de longe uma tarefa fácil.

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