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Marvel vs Capcom: Infinite

Em meio a várias controvérsias durante o desenvolvimento, os confrontos entre os dois famosos universos retorna com “Marvel vs Capcom: Infinite“, para o PC (Steam ), PlayStation 4 e Xbox One.

O quinto título da famosa série principal que começou em 1998 mais uma vez permite que os jogadores controlem os heróis e vilões da Marvel Comics assim como personagens icônicos de jogos da Capcom, em lutas de dois contra dois.

A história gira em torno de Ultron, vilão dos Vingadores e Sigma, vilão de Mega Man X, que juntam as poderosas Joias do Infinito e se transformam em Ultron Sigma, que começou a erradicar toda a vida biológica dos dois universos. Agora heróis da Marvel e Capcom devem lutar juntos para impedir essa nova ameaça, em uma campanha que dura cerca de três horas.

Percebe-se um modo história mais aprofundado, seguindo o estilo iniciado pelos rivais “Mortal Kombat” e “Injustice”, e com proporções épicas hollywoodianas, acompanhando bem o estilo dos atuais filmes da Marvel e retratando fielmente, especialmente, a personalidade dos super-heróis.

Com uma seleção inicial de 30 personagens (além de seis adicionais via DLC – nem todos lançados ainda), um dos elementos mais interessantes do game é justamente montar equipes inusitadas e ver o que acontece, como Capitão América e Mega Man, Homem-Aranha e Sir Arthur (de Ghouls And Ghosts), Capitã Marvel e Chun-Li, Dante e Rocket, entre várias outras possibilidades.

Infelizmente, a maioria dos personagens já são velhos conhecidos dos outros MvC, enquanto apenas alguns poucos fazem sua estreia na série, como Pantera Negra (DLC), Capitã Marvel e Gamora do lado da editora norte-americana e Jedah Dohma, Mega Man X e Monster Hunter (DLC) no lado da Capcom.

Além disso, vários personagens vieram diretamente de “Marvel vs Capcom 3 Ultimate“, incluindo os golpes, movimentos e animações, o que revela uma falta inspiração e criatividade por parte dos desenvolvedores – e infelizmente não há nenhum representante do universo dos X-Men ou do Quarteto Fantástico, devido a uma “birra” da Marvel com a Fox, que possui os direitos cinematográficos destes personagens e por isso foram boicotados no jogo.

Visualmente o título tem os seus prós e contras, apesar da necessária remodelação na criticada animação em Chun-Li e outros lutadores, alguns personagens se apresentam de forma estranha durante as cutscenes, como o Homem-Aranha e Capitão América, que ficaram bizarramente muito musculosos e desengonçados.

Chun-Li no antes e depois da “plástica”

Porém,  durante as lutas, os designs e aparências dos personagens estão melhor trabalhadas, mas sentimos falta de cenários de fundo mais inspirados – as lutas nas metrópoles, por exemplo, não vemos nenhum civil correndo pelas ruas ou assistindo aos quebra-paus!

Outro problema, recorrente de jogos de lutas, são os personagens overpower como Thor, Hulk e Haggar, com golpes que tiram bons nacos de energia dos rivais e deixando os combates mais desequilibrados.

Em termos de jogabilidade, Infinite é certamente o mais acessível para os novatos do que qualquer outro “Marvel vs Capcom”, o que é uma faca de dois gumes, pois atrai os jogadores não acostumados com fighting games e espanta os veteranos, que procuram mecânicas mais complexas.

Como já dito, as lutas são em duplas, sendo que a qualquer momento os personagens podem ser alternados, inclusive durante os combos, deixando as partidas bem dinâmicas e agradáveis de se acompanhar.

O número de botões de ataque diminuiu, no entanto cada personagem possui uma grande variedade de movimentos e golpes especiais, atrelados aos direcionais ou timing durante os combates.

Outro fator que deixa os duelos mais interessantes e estratégicos é a possibilidade de se usar as seis Joias do Infinito, sendo que cada uma concede habilidades únicas que podem virar o resultado de uma batalha para quem estiver perdendo – a Joia do Poder, por exemplo, aumenta a força do personagem, enquanto a Joia do Tempo aumenta a capacidade de manobra e combos do jogador.

Quando a barra de energia da Joia estiver carregada, um Ataque Especial chamado Tempestade do Infinito pode ser ativado, fazendo grande estrago no oponente.

A Capcom aprendeu com os erros de “Street Fighter V” e entregou um jogo completo, incluindo o Modo História, Arcade, Versus, Treinamentos, Missões e um estável Modo Online.

Por fim, o maior problema que notamos no jogo foram as telas de carregamento, pois além de demoradas, se apresentam em grande quantidade, quebrando bastante o clima entre as cutscenes ou das próprias lutas.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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