História do Videogamer7

Os jogos divididos em episódios são tão antigos quanto o próprio videogame

Eles não surgiram com a distribuição digital

Novelas, séries e até mesmo alguns filmes dividem suas histórias em episódios, onde acompanhamos uma parte do enredo até determinado ponto e temos que esperar um período de tempo para continuarmos acompanhando a narrativa. Como os games são uma mídia como outra qualquer, muitos títulos apostam nesse sistema, sendo que eles ganharam mais popularidade nos últimos tempos graças a distribuição digital. Os jogos da Telltale os mais lembrados nesse sentido, geralmente terminando em um clímax extremamente dramático com um baita “plot twist” feito propositalmente para que o jogador aguarde ansiosamente o próximo capítulo.

Esse sistema oferece diversas vantagens, já que o custo, tanto para o desenvolvedor quanto para o consumidor, geralmente é menor quando comparado aos “jogos completos”, além de que o estúdio pode ouvir críticas e elogios para saber em qual direção levará aquela história. Por outro lado, há o risco também do projeto ser descontinuado “no meio do caminho” e o jogo completo sair mais caro que os games comuns.

No entanto, você sabia que os jogos divididos em capítulos já existiam antes mesmo da popularização da distribuição digital?

O primeiro jogo episódico que se tem conhecimento veio em 1979 para o computador TRS-80 e se chamava “Temple of Apshai“, portado posteriormente para diversas plataformas. Desenvolvido pelos americanos da Automated Simulations, ele também é considerado pioneiro no gênero RPG, e os desenvolvedores lançavam nas lojas diversas expansões que continuavam a aventura.

Wizardry, lançado em 1981 para os PCs da época e também do gênero RPG, distribuía cenários adicionais que necessitavam de dados salvos previamente. Ou seja, você tinha o disquete com o “jogo-base”, e depois ia à loja e adquiria um segundo disquete que continuava a história.

Ao longo da década de 1980 vários games dos mais diferentes gêneros utilizaram esse sistema, sendo um “meio termo” entre o que conhecemos hoje como pacotes de expansão e divisão de jogos em episódios. Um dos casos mais notórios é o Shin Onigashima lançado para o periférico Famicom Disk System (o Nintendinho japonês), sendo que a primeira parte da aventura foi lançada em disquete e, meses depois, eles lançaram a segunda parte, formando um único grande jogo.

Com a popularização dos computadores pessoais e o acesso à internet, em 1998 veio o primeiro jogo com um sistema praticamente idêntico ao que conhecemos hoje: Wing Commander Secret Ops. Nele, a distribuidora disponibilizou o primeiro capítulo gratuitamente para download e, em intervalos regulares, ela lançava novos episódios para continuar a história. No entanto, o pioneirismo teve um preço, já que o jogo pesava 120 MB, considerado “muito pesado” para os padrões da época, e o título acabou sendo descontinuado.

De “lá para cá”, vários títulos passaram a ser divididos em capítulos, sendo uma prática cada vez mais comum. Exemplos mais recentes incluem o Sonic 4 episódio I e II, Deltarune e Life is Strange.

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