Análises

Pokémon Stadium 2

Pokémon Stadium 2

Pokémon é uma das séries mais vendidas da Nintendo e assim como Mario, persiste durante as várias gerações dos consoles da Big N, desde suas versões para Game Boy até o mais recente Nintendo 3DS. Nesse tempo de vida, vários games da franquia surgiram, com excelentes RPG’s nos portáteis e jogos mais focados em diferentes aspectos nos consoles de mesa, tal qual Pokémon Stadium 2, um jogo onde o foco são as lutas e o multiplayer.

Muita interação, porém pouco conteúdo

Pokémon Stadium 2 permitia aos jogadores interagir diretamente com as versões de Pokémon para os portáteis (Game Boy e Game Boy Color) com um acessório chamado Transfer Pak, o que permitia a transferência de dados do cartucho do portátil para o Nintendo 64; era possível fazer transferência até o game Pokémon Crystal. Com isso, o jogador tinha a possibilidade de transferir seus pokémons do Game Boy para travar batalhas no Nintendo 64, o que era muito bacana e interessante para época, além de ser mais divertido batalhar com os Pokémons que você treinou aos que vinham por padrão no cartucho do game.

O game contava ao todo com 251 pokémons e tinha algumas modalidades de jogo que se espera de um jogo que foca nas batalhas entre os monstrinhos, como Battle Now onde o jogador disputava partidas rápidas com pokémons aleatórios a modos de batalha como Free Battle, onde era possível definir regras como level dos pokémons e quantidade que poderiam usar na batalha (três ou todos os seis pokémons). Era possível encarar também os mestres dos ginásios no modo Gym Leader Castle, porém vale ressaltar que os monstros usados pelos mestres não remetem as suas insígnias ou suas contrapartes das versões do portátil, já que os pokémons que os mestres escolhiam eram de acordo com a escolha do próprio jogador, a fim de dificultar os duelos.

Tinha mais alguns incentivos no game, como My Room para incrementar seu quarto da versão do pokémon dos portáteis e Pokémon Academy, que ensinava as regras e tudo sobre o universo da série, além de ter um quiz para testar seus conhecimentos. Após as lutas era possível encarar com seus amigos os vários mini-games do jogo, que eram ao todo doze, bem variados e divertidos entre si.

Depois de tudo isso… Bom, não tinha muito mais o que fazer, era possível adquirir algumas insígnias tanto no modo de competição do ginásio quanto nos modos do Stadium, que nada mais era do que lutas seguidas com pokémons de determinados levels. Esse talvez seja um dos maiores pecados do game, pouquíssimo conteúdo para manter o jogador vidrado durante muito tempo em frente à tv, mesmo tendo companheiros ao seu lado, já que apesar de ser divertido batalhar com seus amigos não é algo que vá entreter por tanto tempo e os mini-games também não são suficientes para estender a vida útil do game.

Logo o game acabava perdendo muito do seu atrativo, já que não tinha o excelente modo história dos jogos do portátil, o que convenhamos, é realmente frustrante, mesmo Nintendo 64 tendo capacidade de sobra para abrigar uma grande aventura digna da grandiosidade da série; ao vermos a épica aventura de Super Mario 64, a frustração dobra. Sem um modo história e pouco o que se fazer, a compra do game passa a ser questionável, principalmente se você não tivesse os cartuchos das versões do portátil, tornando ainda mais seleto o grupo de pessoas que realmente aproveitaria o game.

Competente no que se dispõe a fazer

O foco do game era as lutas e os mini-games e nisso Pokémon Stadium 2 foi muito bem. As animações dos golpes foram bem adaptadas aos gráficos em 3D do console e os monstrinhos são fiéis aos que vimos na telinha do Game Boy, mesmo que os golpes vindos por padrão no cartucho do N64 não sejam lá muito coerentes; é estranho ver um Pokémon de nível 30 ter ataques mais forte que um de nível 100. Os mini-games, tal quais as lutas eram muito divertidos e usavam as diversas habilidades dos monstrinhos para desafiar o jogador em diversas atividades, como carregar lâmpadas com poder de choque do Pichu ou coletar presentes com um Delibird. A compra do game justificava-se nos mini-games, já que as versões do portátil não tinham esse tipo de atrativo, além de o multiplayer ser limitado a somente duas pessoas contra quatro no console.

Bons gráficos, mas…

Como era de se esperar, o Nintendo 64 deixou Pokémon muito bonito, com todos os monstrinhos muito bem modelados e seus golpes retratados com boa fidelidade ao que era visto na telinha do portátil, contando ainda com bons efeitos e adições bacanas; era divertido usar ataques como Rain Dance e realmente ver a chuva caindo na arena. No entanto, as arenas são extremamente simples, sem nenhum tipo de atenção especial mesmo no modo Gym Leader Castle, onde passávamos por diversos ginásios que não faziam jus aos das versões do Game Boy, todos com mudanças genéricas e sem graça.

A qualidade sonora do game deixa a desejar também, com trilhas poucas inspiradas e sem o brilho das composições conhecidas da série, uma narração das lutas bem sem graça e, por incrível que pareça, sem uma retratação dos sons emitidos pelos monstrinhos digna do potencial do console da Nintendo; não espere ouvir Pikachu dizer “Pika!” como no Pokémon Yellow. Os ataques possuem efeitos sonoros regulares, nada que se destaque ou que seja muito ruim; é evidente que os efeitos sonoros são superiores aos do Game Boy, mas isso se deve muito mais a limitação do próprio portátil da Nintendo do que pela competência de seus desenvolvedores. Realmente, ponto mais que negativo ao estúdio responsável pelo desenvolvimento do jogo, a HAL Laboratory, ainda mais por se tratar de um game da Nintendo, que sempre foram tecnicamente excelentes.

 

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