Análises

The Adventures of Batman & Robin

Ajude a dupla dinâmica neste jogaço para Mega Drive

Após alguns anos esquecido, o Cavaleiro das Trevas está com tudo, tanto nos games, como no cinema e nos quadrinhos. Por isso, nada melhor que matar as saudades dos jogos clássicos do herói mascarado, e um dos seus melhores momentos nos videogames foi em “The Adventures of Batman & Robin” para Mega Drive, lançado em 1995, pela já falecida Clockwork Tortoise. A data marca a chegada do PlayStation ao mercado e a decadência da era 16 bits, mas não se iluda, “Batman e Robin” com certeza é um dos melhores games que já apareceu no Mega Drive, usando as capacidades do console ao extremo.

O game é baseado no aclamado desenho animado e possui todo o visual e personagens da série de TV. “The Adventures of Batman & Robin” ainda teve versões para Super Nintendo e Sega CD, mas são completamente diferentes da do Mega Drive (mas muito boas também). A grande vantagem dessa versão para as outras é que podia ser jogada com duas pessoas ao mesmo tempo, uma controlando Batman e a outra o Robin (nada de Batgirl, infelizmente).

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assista ao gameplay do jogo

Santa sacanagem Batman, querem congelar Gotham City!

Tudo começa quando o Senhor Frio escapa do Asilo Arkham com o plano de congelar Gotham City num grande picolé. Para isso ele construiu um gigantesco canhão de gelo. Para deixar a dupla dinâmica ocupada e poder executar os seus planos maléficos, ele também libertou os três piores vilões de Gotham: o Coringa, Duas-Faces e o Chapeleiro Louco, cada um com os seus próprios planos megalomaníacos.

Um dos principais atrativos do game são os gráficos e o visual cartunesco, que é fiel ao desenho animado e são agradáveis de se olhar. São bem definidos e usam bem a palheta de cores do console, os fãs do Cavaleiro das Trevas não vão se decepcionar. Mas esperem só até verem o que a Clockwork conseguiu fazer com as capacidades gráficas do Mega Drive. Com exceção do ótimo Gunstar Heroes, não há outro jogo que apresente tantos efeitos gráficos encontrados em Batman e Robin. É rotação de sprites e background, efeitos de escala, zoom, múltiplos efeitos parallax. Enfim, efeitos de se encher os olhos que supostamente o Mega Drive não poderia fazer, são usados no game. O design dos personagens está bem feito, os inimigos são variados e bem criativos, como a gangue de palhaços do Coringa, os robôs malucos do Chapeleiro Louco e os gangsteres do Duas Caras. Destaque para os chefes de fase que impressionam na tela.

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A trilha sonora infelizmente não usa os temas sinistros do desenho animado ou dos filmes, mas mesmo assim é excelente, mesmo que as vezes pareça não se encaixar com o estilo sombrio do personagem. As músicas são um techno-eletrônicas bombantes, que casam bem com a ação intensa que rola na tela. Foi composta por Jesper Kyd, que também assina a trilha sonora dos dois Assassin´s Creed, entre outros games. Os efeitos sonoros não apresentam nada fora do normal e fazem a sua parte.

O jogo tem quatro fases divididas em três cenários cada. A primeira fase é nas ruas de Gotham onde o Coringa está ocupado roubando um banco. Você vai enfrentar a fiel escudeira do Coringa, a fofa Arlequina e o próprio vilão. A segunda fase é no topo dos prédios de Gotham, onde o Duas-Caras planeja bombardear a cidade. Essa é uma das fases mais incríveis do game, a explosão do prédio no primeiro cenário é sensacional. Logo depois você estará sobrevoando a cidade numa bela fase de vista área no melhor estilo dos jogos shooters. A terceira fase é em um cenário cinematrográfico de Alice no País das Maravilhas, onde convenientemente está o Chapeleiro Louco (destaque para o cenário em que o Batman usa foguetes para voar e o chefe de fase, os visuais são fantásticos), e a última fase é nos laboratórios da Universidade de Gotham, onde se encontra o Senhor Frio.

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A jogabilidade é precisa, os comandos respondem rapidamente. A ação tira vantagem do rápido processador do Mega Drive, é um jogo rápido, com ação intensa ao estilo Gunstar Heroes, com explosões e vários inimigos pipocando na tela, e o melhor de tudo, sem um pingo de slowdowns. Se você ficar parado, um abraço, nesse jogo tem que estar em constante movimento. Você pode atacar com ataques corpo-a-corpo, voadoras ou atirar os seus bat-bumerangues, que podem ficar mais fortes com itens que aparecem na tela. No topo da tela há uma barra de energia para as suas armas, quando carregada Batman lança um ataque mais poderoso que mata a maioria dos inimigos com um tiro. Há outros itens como a caveira que mata tudo na tela ou o item que deixa sua barra da arma carregada por um tempo limitado. Pode ser jogado em até dois jogadores simultaneamente na tela, a jogabilidade dois dois personagem são idênticas, chame um colega e se prepare para altos desafios.

E chegamos ao único ponto negativo de Batman e Robin. O jogo é extremamente difícil. Pedreira pura, ao bom e velho estilo old school way dos 16 bits. Você que está acostumado com os jogos atuais, provavelmente vai chorar quando encarar Batman e Robin. As fases são longas e aparecem inimigos e tiros por todos os lados, você já vai penar pra passar da primeira fase, pode acreditar. Mas com o tempo, muitas horas de jogatina e uma boa memória para decorar a mecânica dos chefes, o game pode ser terminado numa boa. Mas para chegar a esse estágio, você vai gastar muitas horas na frente da telinha. Jogadores casuais vão se assustar, mas os hardcore vão adorar o desafio.

escute o tema do Coringa

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Santo jogo Batman!

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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