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Ghost in the Shell – Hideo Kojima fala sobre o filme de Scarlett Johansson

A adaptação cinematográfica de “Ghost in the Shell” sofreu com uma grande polêmica por ter uma atriz caucasiana, Scarlett Johansson, como protagonista e não uma asiática, o que pode ter prejudicado o seu sucesso nos cinemas.

Muitos reclamaram, outros (como Gamehall) não deram importância, mas entre os famosos que se pronunciaram está Hideo Kojima, o célebre game designer criador da franquia “Metal Gear Solid” e do vindouro exclusivo do PS “Death Stranding”, que recentemente falou sobre o filme. Confira abaixo as principais partes:

O respeito que o filme mostra ao imitar o anime é inquestionável“, observou ele em uma análise do longa para o site Glixel. “Como um verdadeiro fã das obras originais, no entanto, eu não posso deixar de sentir que a produção ficou presa na casca do original, e, como resultado, ele não consegue entrar em sua própria [casca]“.

O longa-metragem é “surpreendentemente leal” ao seu material de origem, de acordo com Kojima, com muitas cenas que são recriadas a partir do original, enquanto confortavelmente se estabelece em “uma concha de um blockbuster de Hollywood“.

Para os espectadores que podem se afastar das inclinações reflexivas e filosóficas do mangá ou anime, esta é definitivamente a versão a ser vista“, diz ele sobre o trabalho cinematográfico, apontando que é uma grande obra visual, mas que falha nos questionamentos filosóficos de máquina vs alma, presentes na obra original.

A trama central é lentamente descoberta com a protagonista pegando pistas, e a resolução final é satisfatória. Simplesmente assistir Scarlett Johansson carregar o peso de sua identidade incerta, envolvendo ação emocionante pode ser tudo o que é preciso para desfrutar do filme. No entanto, ao sair do cinema e retornar ao mundo real, os personagens ficam para trás, trancados em sua ‘concha’, incapazes de se libertar. Ele [filme] não tem a influência de grande alcance do mangá e o impacto do anime. Dito isto, pode não ser realmente a culpa do filme“, escreveu ainda.

Em 2017, não se pode simplesmente sussurrar ‘a rede é vasta e infinita’ e esperar o impacto que tal declaração teve 22 anos atrás, quando foi proferido por Motoko Kusanagi a tão grande efeito. Em 1995, a internet era uma nova e misteriosa fronteira; Hoje, é uma quantidade conhecida. Os smartphones estão colados em nossas mãos, e estamos constantemente conectados. Para nós, a rede não se sente vasta ou infinita“.

Sobre a polêmica da escalação de Scarlett Johansson ele nada fala, o que revela que o assunto não teve importância em sua análise do longa-metragem (lembrando que ele é um grande fã de Hollywood).

Clique aqui para ler a análise de Kojima na íntegra (em inglês). Aproveite e leia a nossa crítica também, que possui muitos pontos em comum com a análise do game designer.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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