Análises

Gleylancer

Conheça a Gleylancer

Um estilo de jogo que certamente marcou os anos 90 e principalmente os proprietários de um Mega Drive foram os saudosos shooters, ou como o pessoal na época chamava os “jogos de navinhas“.

Muitos jogos foram lançados para o 16 Bits da Sega que ficaram famosos. Games como “Gaiares“, “Sol Feace“, “Thunder Force III” e “Thunder Force IV” faziam a cabeça dos gamers com jogos bastante rápidos, coloridos e com músicas detonantes.

Mas não era apenas os jogos “famosos” que o Mega Drive poderia oferecer para quem gostava do estilo. Muitos shooters foram lançados para o console e que saíram apenas no Japão. Jogos de qualidade que não ficavam devendo em nada aos famosos já citados acima.

“Gleylancer” é um destes jogos e será o assunto desta análise. Talvez alguns gamers nunca tenham ouvido falar dele, pois infelizmente foi lançado apenas no Japão em 1992. Produzido pela NCS/Masaya (conhecida por outros shooters nos 16 e 32 Bits, como a série Assault Suits) não chega a ter um refinamento como “Gaiares” e “Thunder Force IV“, mas certamente está acima da média se comparados a outros shooters.

Gleylancer lembra muito a série Thunder Force, com certeza uma não mera coincidência, e possui todos os elementos que podem agradar um fã dos shooters.

Veja abaixo a análise deste jogo não muito conhecido por aqui.

A História

O enredo do game é o seguinte: você é a bela piloto Lucia Cabrock, novata na academia espacial. O ano é 2025 (nem está tão longe assim) e a Federação Espacial está em guerra galáctica contra uma força alienígena.

Uma nave da Federação em uma missão especial acaba desaparecendo em território inimigo. O piloto desta nave é o pai de Lucia, seu paradeiro e situação são desconhecidos. Determinada a salvar seu pai, Lucia pega “emprestado” (pra não dizer roubar) o protótipo de uma nave avançada e poderosa, a Advanced Busterhank Gleylancer, e parte em busca do seu pai nos confins do espaço direto para a base inimiga.

Nada muito original, mas o suficiente para dar o clima do jogo e fazer você pilotar a Gleylancer em 11 fases de pura adrenalina. Ah sim, o jogo conta com dois finais, um em que você salva o seu pai na última fase e logicamente, o final em que ele morre. Ponto positivo para a Masaya, já que finais alternativos não era algo muito comum em shooters.

belas animações esperam por você nesta aventura espacial

Gráficos

Gleylancer possui gráficos simples, porém muito belos, que não são tão bons quanto aos dos games clássicos e “famosos“, mas que certamente são bem utilizados. O que mais chama atenção nele são os efeitos parallax, que dão um visual incrível para o game, como pode ser visto já na primeira fase, em que você voa por uma chuva de meteoros.

Poderia haver uma utilização melhor da palheta de cores do Mega Drive, o jogo no geral é meio “escuro“, mas nada que vá atrapalhar. Possui uma boa variedade de inimigos e chefes de fases grandões (como manda o bom manual de um jogo shooter) e criativos.

Porém o design da sua nave vista de lado não é muito bonito, o pessoal poderia ter caprichado um pouco mais. Pelo menos ela é bem grande na tela (o que nem sempre é uma vantagem).

Outra coisa que chama atenção é que o game possui personagens. Assim como Gaiares, Gleylancer tem uma abertura bem bacana de uns cinco minutos, com uma bela animação em que você fica conhecendo Lucia. Entre algumas fases também há animações, o que dá mais personalidade ao jogo.

Veja abaixo as 11 fases do game:

Stage 1 – Asteróides: Você estará voando em um campo de asteroides, com um visual belíssimo de um planeta laranja ao fundo.

fase bem tranquila, curta o visual atrás. Detone os tentáculos do chefe e depois o corpo central

Stage 2: Nesta fase você estará voando em um planeta de água, onde é possível dar uns “mergulhos“, mas só cuidado para não bater nas rochas.

belos efeitos da água. Essa ‘batata voadora’ é o chefe, bem fácil

Stage 3 – Cave: Na próxima fase você estará dentro de uma caverna. Cuidado com as passagens estreitas, bem perigosas. Primeira fase em que há ação tanto na horizontal como na vertical.

aqui a ação também rola na vertical. Tá vendo o bichão ali, é o boss

Stage 4 : Uma espécia de base inimiga, com uma bela vista para a lua ao fundo (aliens românticos, não?). Esta fase já começa a complicar um pouco as coisas, com vários obstáculos para você desviar em alta velocidade. Bom estar com seus reflexos em dia, senão já era.

aqui já começa a ficar mais difícil, cuidado com os obstáculos. Mate o chefe rápido, senão você será esmagado pelas paredes que se fecham

Stage 5: Você está de volta no espaço, agora para enfrentar um cruzador estelar gigantesco, no melhor estilo Thunder Force.

destrua o cruzador em várias partes e depois enfrente o chefe

Stage 6: Você está voando nos céus de um planeta, com um belo pôr-do-sol (na verdade são dois) ao fundo, uma das fases mais belas do game.

 

os tiros dos inimigos se confundem com o cenário, tome cuidado

Stage 7: Agora é a vez de uma caverna de gelo. Fase bem difícil, ação rola rápido e você precisa abrir caminho destruindo os blocos de gelo. Velocidade aqui é importante.

abra caminho destruindo os blocos de gelo, seja rápido senão você não consegue passar. No final um chefe centopeia

Stage 8: Mais uma base inimiga. Aqui vários blocos tentarão te esmagar e você precisa voar entre eles abrindo caminho.

 

cuidado para não acabar desse jeito, sem saída. No final um chefe que é uma espécie de estátua hindu

Stage 9: Outra base, desta vez no espaço. Aqui tome cuidado com os lasers que ficam se movimentando nos trilhos verdes.

atire nos lasers nos trilhos verdes, o chefe apesar de grande não é muito difícil

Stage 10: Você se infiltrou na base inimiga e finalmente descobriu a localização da nave de seu pai. Você deve escolta-la e não deixar os inimigos destruí-la, senão um bad end te aguarda.

seu pai está naquela cápsula de fuga, você deve destruir a nave inimiga antes que ela destrua a cápsula

Stage 11: Finalmente a última fase, um planeta com céus azulados e vários raios ao fundo. No final dela o último chefe, que vai assumir várias formas até você derrotá-lo.

mais alguns inimigos antes de chegar no boss final. Cuidado com ele, assume várias formas e ataques diferentes

Músicas

Parte importantíssima em um shooter, a sua trilha sonora. Um dos fatores que elevam sua adrenalina enquanto pilota a sua nave pelo espaço em velocidades incríveis.

E Gleylancer não faz feio, as músicas estão soberbas e se encaixam nas fases como uma luva. Afinal, um dos compositores foi Noriyuki Iwadare, o cara que fez as trilhas sonoras da série Lunar e Grandia.

Novamente, não chega a ser tão boa quanto a da série TF ou Gaiares, mas possui composições bem feitas, como pode ser notado na música de abertura e na da primeira fase, para mim a melhor música do jogo.

Entretanto não inova muito nos efeitos sonoros, com o som básico de tiros lasers, bombas, explosões e tudo mais que você pode esperar de um shooter.

Lucia preparando-se para decolar

Também possui vozes digitalizadas, que estão bem nítidas e dá para entender o que dizem, porém é um tipo de voz computadorizada, e não ficou muito legal. Deviam ter colocado uma japinha falando, como em Thunder Force, ficaria bem melhor.

Temos até frases de efeito, como “Stick to it, and believe in your power!” (Fique firme e acredite em seu poder – que bonito isso) ou avisos como “A large enemy stands in your way“, “fragments are approaching“, “watch where you going“, entre outras frases. Então fique atento no que o fulaninho fala.

olha só a encrenca que te aguarda

Jogabilidade

A jogabilidade é outro ponto forte do jogo que brilha como uma “super-nova“. Bem simples e fácil de se usar, com respostas rápidas e precisas, você não terá grandes problemas em controlar sua nave.

Além do tiro principal da sua nave, ela é equipada com dois satélites que acompanham sua nave, os “Mover System“, como em Thunder Force. Antes de começar o jogo, você pode escolher como os Mover irão agir. São sete opções:

 

Normal: Os tiros seguem a movimentação da sua nave

Reverse: Os tiros vão em direção contrária da nave

Search: Os tiros procuram o inimigo mais próximo

Multi: Você pode escolher três direções para os tiros

Multi R: Mesma coisa que o anterior, só que com direção contrária

Shadow: Mover segue sua nave

Roll: Os Mover ficam girando em volta da sua nave

Uma vez escolhido o padrão dos Mover, você não poderá mais trocar. Eu costumo usar o Search, apesar dele atirar em direções que eu não quero, como nas fases em que você precisa abrir caminhos. Teste todos e veja qual mais lhe agrada. Segurando botão C você pode “parar” os satélites em uma direção enquanto movimenta sua nave, algo que pode ajudar muito.Além do tiro básico há seis power-ups para a sua nave. Você só pode escolher um (existem vários espalhados pelas fases) e cada um tem sua características próprias. Umas são mais fortes do que as outras ou possuem um alcance maior.

O jogo não é muito difícil, quem está acostumado com um Gaiares e Thunder Force tira Gleylancer de letra. Os novatos podem encontrar alguma dificuldade lá pela metade do game, que fica mais difícil com você tendo que abrir caminhos ou desviar de obstáculos em alta velocidade.

Os chefes de fase possuem um design bem legal, geralmente grandes. Infelizmente são bem fáceis de se matar e não requer nenhuma estratégia, bastando atirar neles.

As primeiras fases são bem fáceis, porém as últimas são mais complicadas e lembram um pouco o estilo Gradius, com muitos obstáculos para desviar.


Veja abaixo a bela apresentação do game:

Advanced BusterHawk Gleylancer – “Stick to it, and believe in your power!”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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