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Quanto mais difícil, mais legal o jogo?

Reduzir um jogo em ser bom ou ruim em ser difícil ou fácil é vago!

Mesmo que ande caindo em desuso nos últimos tempos, é comum vermos nas redes sociais o argumento de que “os jogos de antigamente eram melhores porque eram mais difíceis”, mas aí vem o questionamento: quanto mais difícil, mais um jogo é divertido?

Antigamente os jogos eram mais difíceis justamente para terem maior duração, pois devido às limitações tecnológicas, os games tendiam a ser muito curtos, e um alto nível de dificuldade aumentava a longevidade dele. Some isso ao fato de que muitos games caseiros eram conversões dos arcades, sendo que estes também tinham um alto nível de dificuldade, mas por outra razão: fazer você gastar cada vez mais fichas até conseguir zerar o jogo.

Com o avanço da tecnologia e a popularização dos jogos caseiros, uma aventura pode ser “moleza” e durar 30-40 horas. Além disso, a diversão não fica por conta apenas da superação de um desafio, mas sim por tudo que envolve um game: visuais, trilha sonora, história, interatividade etc. Por isso que, via de regra, ao longo das décadas os games gradativamente foram perdendo seu alto nível de dificuldade e dando lugar a aventuras mais fáceis.

Caso o nível de dificuldade fosse proporcional a diversão, provavelmente o game mais bem-sucedido do antigo Nintendo 8 bits seria o Battletoads, reconhecido pelo seu altíssimo nível de dificuldade, e não o Mario Bros. No entanto, sabemos que não é assim que funciona. O mesmo vale para o Phantasy Star II do Mega Drive, que mesmo considerado um clássico, é conhecido pelas dungeons enormes, o personagem andando lento, e a progressão de níveis muito lenta. Até mesmo em emulador ampliando a velocidade é uma tarefa tediosa.

Segundo o desenvolvedor do “Journey“, Jenova Chen, é importante encontrar um equilíbrio entre as habilidades do jogador e o desafio que o jogo propõe, já que um game fácil demais fica tedioso, sem graça e chato, enquanto os “pedreiras” provocam sentimentos de angústia e ansiedade. Às vezes um jogo é tão difícil, mas tão difícil, que quando você passa de fase ao invés de você ficar feliz por ter superado aquele desafio, você pensa “Po, finalmente. Quem foi que pensou que seria legal algo tão difícil?! Deus me livre!”. O sentimento não é felicidade, mas sim de “nunca mais vou jogar isso aqui”. 

Portanto, reduzir um bom jogo em “ser difícil” e um mau jogo em “ser fácil” é vago. O desafio moderado faz parte de uma boa aventura, mas a experiência envolve todos os pontos de um game. Além disso, também temos nossos dias em que queremos jogar um game para desestressar após um dia “barra pesada” no trabalho, ou então aquele em que estamos entediados e fala “hoje quero pegar um game mais desafiador’. A chave do sucesso está no equilíbrio.

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