Análises

X-Men Origins: Wolverine

– Um bom game do herói mutante baseado no filme –

Os fãs de videogames e dos X-Men podem comemorar. ‘X-Men Origins: Wolverine’ contraria a sina dos jogos baseados em filme, que geralmente falham miseravelmente. Também pudera, o jogo copia na cara dura e sem maiores pudores elementos consagrados de jogos como ‘God of War’, ‘Tomb Raider‘ e até mesmo do antigo game ‘Wolverine’s Revenge‘. Também pudera, falhar em um jogo do mais carismático X-Men, é meio complicado. Ok, vamos esquecer jogos como ‘The Uncanny X-Men‘ para o NES, ou ‘X-Men: Madness in Murderworld‘ do Commodore 64, dois jogos absolutamente horríveis, e se concentrar nas boas aparições do personagem em jogos da era 16 bits. Se você é jogador de modinha vai amar o game incondicionalmente, mas se for mais um daqueles jogadores que mais ficam conversando abobrinhas em fóruns e metendo o pau em novos jogos da indústria, talvez “X-Men Origins” não seja pra você. Mas tudo bem, pode pegar o game emprestado e jogar escondido no seu quarto, eu sei que você vai acabar gostando também.

Wolverine ataca!

O jogo começa com Wolverine como um super-soldado na selva africana, em uma missão especial de seu grupo comandado pelo coronel Stryker. O grupo que é formado apenas por soldados com dons especiais (leia-se mutantes), se  embrenhou na selva em busca de um artefato, que é explicado mais à frente na história, e se torna o principal motivo de Wolverine se revoltar contras seus superiores. Após a primeira missão que funciona basicamente como um tutorial, a história avança no futuro, e é mostrado como Wolverine ganhou o esqueleto reforçado de adamantium, e aí já estaremos no laboratório, e quem jogou ‘Wolverine’s Revenge‘ vai se sentir em casa, pois é basicamente o ‘remake’ do jogo antigo. Então o jogo vai se revezando nesse vai e vem da história, ora na África, ora nos laboratórios e na perseguição de Wolverine por seus antigos colegas do exército

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Logan acorda!

O esquema do jogo é aquele manjado, centenas de inimigos vão aparecendo e você terá que cuidar deles, após isso um sub-chefe, e no final da fase os chefes. Wolverine tem em seu favor diversos ataques, que deixam o jogo completamente à mercê do protagonista. Você vai se sentir realmente um animal fora das jaulas, com tamanho poder de destruição. Wolverine fatia impiedosamente seus inimigos, e claro, com muitos efeitos ‘bullet time‘ ao estilo Matrix. Você pode por exemplo, fixar a câmera em um inimigo que está distante e pular em cima dele, deixando-o completamente indefeso. Esse super-pulo serve não só para atingir inimigos, como acessar plataformas distantes. Wolverine também pode usar uma espécie de movimento fatal, executando inimigos de diversas formas. O jogo também tem elementos de RPG, matando inimigos garantem pontos de experiência que podem ser trocados por skills, que garantem bônus. Fora isso há os ‘mutagens‘, que você recolhe pelo cenário. Há três slots, que podem ser preenchidos com estes poderes como diminuir o tempo de regeneração, ou até mesmo bônus de experiência. Você pode recolher ‘dog-tags’ de inimigos que estão espalhados por diferentes cenários, que garantem também bônus de experiência. São no total 95 desses inimigos escondidos ou não pelo cenário.

Melhores jogos de Wolverine: Além do já citado ‘Wolverines Revenge‘, que não envelheceu tão bem como os games para 16 bits, cito aqui ‘Reign of Apocalypse‘ para o Game Boy Advance, um joguinho exemplar de aventura / beat’em’up. Para SNES temos o excelente ‘Mutant Apocalypse‘, e nos fliperamas sem dúvida o título fica para ‘X-Men: Children of the Atom‘. O Mega Drive ganhou  o ótimo ‘X-Men 2: Clone Wars‘ e ‘Adamantium Rage‘, também disponível para SNES, aliás este último é dificílimo.

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Garras afiadas

Vamos falar agora da parte ‘Tomb Raider‘ de ‘X-Men Origins’. Principalmente no cenário da África, você vai enfrentar diversos perigos como armadilhas, e alguns quebra-cabeças que vão lembrar imediatamente as aventuras de Lara Croft. Os quebra-cabeças são aqueles típicos de cenário, mova uma pedra para tal plataforma para abrir uma porta e por aí vai. Alguns bastante inteligentes, outros nem tanto assim, mas conferem uma pausa para as lutas sangrentas. E os cenários escondem diversos segredos. Você vai querer explorar cada canto, para encontrar mais ‘mutagens’, ou inimigos mortos para recolher suas dog-tags. Alguns estão bem escondidos, outros se fazem à mostra, porém de difícil acesso. O mais bacana são as referências escondidas à cultura nerd-pop, como por exemplo em uma fase no gelo, existe uma caverna com um esqueleto chamado ‘Arthas’, e sua imponente espada, imediatamente em referência à ‘World of Warcraft’, inclusive valendo uma conquista de nome ‘WOW’, e uma escotilha igual de Lost perdida no meio da selva. Também é possível encontrar um bolo, que também vale uma conquista, do jogo ‘Portal.

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Confronto com Gambit
As batalhas contra chefes no fim das fases quebram a repetição. O jogo já começa basicamente com uma batalha contra um helicóptero, mais à frente você enfrentará até 3 destes de uma vez. Outros chefes de destaque são ‘The Blob‘, um grandalhão que modifica totalmente a estratégia, pois não pode ser atacado pela frente, o famoso Gambit que empolga em uma batalha pelos arranha-céus e com um final bacaninha, além do sentinela, aquele super-mega-robô criado para combater os X-Men. Esse último é uma batalha ao mesmo tempo chata, porém quase épica, devido ao seu tamanho colossal e exigindo uma mecânica diferente. O chefe final é o Dead Pool, porém modificado e mais mortal, mas não chega a empolgar muito. Os gráficos são muito bem feitos, utilizando uma versão da Unreal Engine 3, os ambientes são extremamente detalhados, tanto nas selvas como em lugares fechados como os laboratórios. Infelizmente uma ou outra textura demoram um pouco a mais para carregar (isso no Xbox 360), mas nada que uma instalação no HD não ajude. O mais bacana é o corpo de Wolverine, que vai perdendo partes de acordo com tiros e ataques inimigos, mas com seu poder de regeneração, vai se reconstruindo. O som também é padrão cinematográfico, tanto em efeitos como nas vozes dos personagens.
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360 graus com Wolverine
O jogo não tem nenhum modo online (nada que um update não resolva, mas não creio…). Ao terminar o jogo é liberado a dificuldade ‘hard’, que inclusive vale uma conquista se finalizar o jogo neste modo. Como o jogo tem uma gama enorme de objetos escondidos, e além de ser gostoso de jogar, você vai acabar querendo enfrentar uma nova aventura neste modo para desbloquear alguns segredos. O jogo tem bonequinhos de Wolverine espalhados pelos cenários, que conferem desafios. Ao encontrar um certo número destes bonecos você libera lutas contra por exemplo, o Wolverine com sua roupa clássica, ou mesmo aquela utilizada no filme dos X-Men. As batalhas são rápidas e manjadas, mas caso vença o Wolverine, você libera sua roupa, podendo utilizá-la em qualquer missão do game. É engraçado jogar o game novamente com a roupa clássica, aquele amarelo chocante, acaba dando uma nova vida ao jogo.
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Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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