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Análise | MediEvil ganha remake carismático

Divulgação

O sucesso de remakes de jogos clássicos como Spyro e Crash Bandicoot abriram as porteiras para que a Sony Interactive Entertainment resgatasse MediEvil, que foi lançado originalmente no PSOne em 1998 e agora ganha um remake no PS4.

Apesar de não desfrutar do mesmo sucesso ou popularidade do que as outras duas franquias citadas, MediEvil conquistou seu espaço no fim da década de 90, onde vários títulos se aventuravam no mundo tridimensional, rendendo ainda outros dois títulos, uma sequência direta no PSOne e um reboot no PSP.

Mas será que esse remake consegue modernizar, e ao mesmo tempo despertar o interesse de antigos e novos jogadores? Continue conosco e veja o que achamos do game em nossa análise.

Levante-se, Cavaleiro de Gallowmere!

A história é a mesma do jogo original: há cem anos um poderoso mago chamado Zarok tentou conquistar o reino de Gallowmere, mas foi detido pelo lendário herói Sir Daniel Fortesque, que morreu corajosamente em batalha.

Na verdade não foi bem assim. Essa lenda local foi inventada pelo rei, sendo que Sir Dan era na verdade um covarde e foi justamente a primeira baixa da guerra, ao ser atingido no olho por um flecha antes mesmo da batalha começar.

Agora, cem anos depois, o mago Zarok retornou com seu exército de mortos-vivos e demônios, mas seus feitiço trouxe de volta o antigo “herói” em forma de esqueleto, Sir Daniel Fortesque, que possui uma segunda chance de se redimir perante os guerreiros mais honrados do reino e provar que é realmente um verdadeiro herói.

O jogo tem como principais inspirações o clássico Ghouls’n Ghosts da Capcom e a animação O Estranho Mundo de Jack, com o estilo artístico de Tim Burton – esse último fica ainda mais evidente neste remake, com o poder do PS4 nos visuais.

Pau na Zumbizada!

E falando neles, os gráficos estão longe de ser uma obra de arte excepcional, mas são bem carismáticos e atendem bem à proposta do jogo, com um estilo cartoon bastante colorido e com aquele toque Tim Burton com influências no obscuro e gótico – mas sem o mesmo refinamento de Spyro ou Crash, por exemplo.

Mas é provavelmente no gameplay que encontramos os elementos mais nostálgicos e que nos leva direto para a década de 90 – para o bem e para o mal.

Os controles – e as câmeras – são meio truncados, sendo que em algumas partes é difícil controlar o personagem, especialmente quando é necessário pular em plataformas, ou ainda executar alguns golpes que não são tão fluídos quanto poderiam ser.

Porém, é possível sim curtir a aventura de Sir Dan mesmo assim. Os mapas começam simples e a medida em que vamos avançando vão se tornando labirintos mais complexos cheios de segredos e atalhos, que incentivam a exploração por itens.

Um Arsenal de armas

Em cada nível, há um Cálice de Almas escondido que pode ser coletado se o jogador derrotar inimigos suficientes, que dá acesso ao Salão dos Heróis (a versão de Valhalla da mitologia nórdica em MediEvil), onde o jogador pode receber recompensas e armas especiais.

Aliás, nosso herói esquelético pode usar uma variedade de armas, consistindo em armas de curto alcance, como espadas e porretes (que podem acessar novas áreas), e armas de longo alcance, como bestas, o que deixa o gameplay bem versátil e divertido.

Dan também pode equipar escudos que podem ser bem úteis, mas assim como a maioria das armas, possuem uma quantidade limitada de resistência/uso, o que vai exigir um certo nível de estratégia.

Todo esse equipamento pode ser encontrado nos mapas ou comprados por meio das gárgulas espalhadas pelo jogo – por isso sempre é bom coletar o máximo de dinheiro e tesouros que encontrar.

Um conto de fadas macabro!

Em uma primeira vista, o jogo parece bem fácil, no entanto o nível de dificuldade é crescente, sendo que grupos de inimigos ou chefões podem causar danos consideráveis muito rapidamente, e jogadores mais descuidados podem voltar para a cova sem nem perceber.

Por fim, destaco também a excelente dublagem em português, com interpretações que casam bem com os personagens e uma narração meio tipo conto de fadas, que com certeza terão um grande apelo para a criançada e jogadores mais jovens – aliás, jogo recomendadíssimo para os filhotes!

O game também está totalmente legendado em português e conta com uma belíssima trilha sonora orquestrada, com inspirações no trabalho de Danny Elfman (compositor de O Estranho Mundo de Jack, entre vários outros filmes), e assinada pelo duo de compositores Bob&Barn, que escreveram a trilha sonora do jogo original.

CONCLUSÃO

O Other Ocean, estúdio responsável por esse remake, conseguiu reformular o jogo original de 1998 e ainda manter intacto vários elementos como design de mapas, o sistema de combate e sua personalidade estilo Tim Burton, que certamente vai agradar em cheio os jogadores veteranos – além de ter um apelo para conquistar uma nova geração. Um jogo simples e divertido, perfeito para se jogar neste mês do Dia das Bruxas.

Prós

  • Excelente dublagem e trilha sonora
  • Totalmente em português
  • Visual estilo Tim Burton
  • Sistema de combate/equipamentos variados
  • Ideal para crianças
  • Ideal também para veteranos nostálgicos

Contras

  • Jogabilidade e câmera truncada as vezes
  • Poucos elementos novos ou originais

NOTA: 7,8

Uma cópia do jogo foi gentilmente fornecida para elaboração desta análise

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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