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Análise | Ori and the Will of the Wisps encanta, emociona e se destaca no gênero

O gênero metroidvania é um dos sobreviventes mais firmes da era clássica dos games. Ao longo dos anos, séries como Castlevania surgiram e foram para o fundo do poço. Novas abordagens, como a do brilhante Hollow Knight, deram fôlego para o estilo e empurraram o gênero para frente. Ori, agora mais do que nunca um colosso, é um desses títulos que ajudam a manter a chama do metroidvania mais acesa do que nunca.

Ori and the Will of the Wisps foi lançado na última semana e traz de volta o jovem espírito da floresta em uma continuação que prometeu ser maior e mais ambiciosa que seu antecessor, tendo cumprido essa promessa. Durante minhas mais de vinte horas explorando Niwen, me emocionei, me estressei com as plataformas desafiadores e, especialmente, combati inimigos ferozes e que parecem terem saído direto de um conto de fadas. Uma experiência marcante e que você precisa experimentar.

Foco na emoção

Assim como o seu antecessor, Ori and the Will of the Wisps aposta em uma narrativa que alterna constantemente entre o que há de mais triste e o que há de mais feliz no universo. O amor da amizade, os traumas do abandono, a coragem e o medo, a luz e a escuridão, todos esses contrastes são costurados de forma brilhante pela Moon Studios. O resultado faz você colado na história do início ao fim.

Logo nos primeiros minutos, a corujinha já faz os mais sensíveis derramarem as primeiras lágrimas. Com uma má formação na asa, ela não consegue de forma alguma voar e se sente sem lugar no mundo. Amigo e heroico como é, Ori logo busca uma solução naquilo que veio do jogo anterior. Uma pena da grande coruja, amarrada de forma meio mágica à asa da pequena e pronto, vamos juntos voar pelo mundo.

Como você deve esperar, essa não é uma solução muito eficiente e para gerar o conflito que a narrativa exige, a pena se solta em pleno voo, separando Ori da sua amiga em um local desconhecido. Sua missão e a premissa do jogo são revelados, é hora de resgatar sua amiga e levá-la de volta para casa.

A jornada é belíssima e cada local da floresta, que conta com um mapa dos mais complexos já vistos em um jogo do gênero, enche os olhos por conta da beleza e do desconhecido. Lagos belos e repletos de corais, picos gelados com Ursos gigantes, as profundezas do abismo, onde se esconde uma aranha milenar, cada cantinho do mundo é digno de nota e vai te fazer ficar em estado de êxtase, decidindo entre sair pulando por aí ou apenas observar a paisagem enquanto tira fotos.

No decorrer da jornada somos apresentados para personagens interessantes e que contam histórias marcantes. A jornada deles se mistura com a de Ori e ensina tanto ao personagem, como para nós, os jogadores, várias lições sobre os temas abordados pelo jogo.

Uma cidade em frangalhos

Uma das novidades interessantes do Ori é a existência de um Hub, uma cidade onde vários NPCs importantes residem. O local sofreu e como o restante da floresta, se encontra em frangalhos, com casas destruídas, espinhos por todos os lados, flora morta e famílias separadas. Ao longo da jornada é possível fazer uma grande reforma, trocando pedras que você encontra no jogo para retirar os espinhos, construir novas casas, árvores e até locais para explorar.

Além desse fator visual e narrativo, aqui você também pode melhorar várias habilidades de Ori e comprar outras. Um dos grandes destaques do jogo, o novo combate, tem várias de suas armas vendidas neste hub, como o martelo – poderoso contra quem tem armaduras e escudo – e a lança – excelente para atacar à distância.

Com o mapa todo interconectado, você quase sempre arruma um jeito de voltar aqui antes de partir para uma nova direção. Por conta disso, várias missões opcionais também vão surgindo na cidade enquanto você avança pela história principal. Com toda essa importância, ela se torna algo do qual o jogador cria um carinho e é um ponto alto do jogo, especialmente após algumas melhorias.

Combate refinado

O maior ponto de diferenciação de Will of the Wisps para o seu antecessor é o combate. Dessa vez, Ori possui armas espirituais, habilidades como colocar fogo nos inimigos e pode ser evoluído com vantagens passivas voltadas para o combate ou para a exploração.

Os inimigos, para compensar todo esse arsenal, também estão bem mais desafiadores e podem ser encontrados nos mais diferentes formatos. Existem os brucutus que utilizam armas pesadas e escudos, existem aranhas que por conta da teia conseguem ficar no alto para atacar e muito mais, todos pensados para desafiar a capacidade do jogador de encontrar uma saída.

Com tantas camadas e muito mais refinamento, o combate se tornou um ponto alto do jogo, rivalizando com as sequências de plataformas que também exigem bastante do jogador. Por conta disso, existe até a seleção de dificuldade para um combate mais ou menos desafiador.

Se você está preocupado que o foco no combate tenha tirado aquelas cenas de fuga do Ori, pode ficar tranquilo, elas também estão presentes. Correr de chefes velozes e gigantes pela floresta ou deserto é também um momento mágico do jogo e você terá de fazer isso várias vezes durante a jornada.

Bugs incomodam

A máxima de nada é perfeito sempre aparece quando o assunto são games. Com Ori and the Will of the Wisps não é diferente. Se por um lado os gráficos estão refinados e o combate mais trabalhado do que nunca, por outro, a parte técnica está longe da perfeição.

Há muitos bugs no jogo por enquanto. Os meus foram mais leves que os relatados pela comunidade. Por várias vezes os efeitos sonoros sumiam, com o jogo precisando ser reiniciado para voltarem e algumas vezes Ori ficou preso temporariamente em algum cantinho. No entanto, há pessoas reclamando de habilidades pararem de funcionar e não voltarem após reiniciar o jogo, exigindo a utilização de um novo arquivo de salvamento. Há reclamação do jogo “dar pau” e fechar, e no caso dos consoles, áreas inteiras com muitas quedas de performance.

A Moon Studios, na postagem de agradecimento pela recepção positiva no Twitter, disse que já está ciente dos problemas e que vem preparando uma atualização massiva para a próxima semana, o que é muito bem vindo.

Sem esses probleminhas chatos, o jogo ficará melhor e se tornará ainda mais obrigatório para quem é fã do estilo.

Conclusão 

Ori and the Will of the Wisps é um acerto colossal da Moon Studios, que coloca o título no patamar dos mais importantes do gênero em todos os tempos e abre caminho para que o jogo vire definitivamente uma franquia. O novo combate é refinado e traz um frescor para lá de bem vindo em relação ao antecessor. A narrativa e a ambientação são impecáveis e o título é um marco obrigatória para quem gosta do estilo e especialmente quem assina o Game Pass.

PRÓS

  • Ótimos visuais e ambientação
  • História marcante e emocionante
  • Combate refinado e cheio de variações
  • Mapa diverso e enorme
  • Hub bem desenvolvido

CONTRAS

  • Bugs atrapalham bastante durante a jornada

NOTA – 9,0

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