Análises

The Witcher 3: Wild Hunt

Se tem um game que mostre realmente a nova geração de consoles e PC, este game é o The Witcher 3: Wild Hunt. Desenvolvido e financiado pela CD Projekt RED, com distribuição pela Warner, o jogo saiu recentemente para PlayStation 4, Xbox One e PC, trazendo um RPG denso, com elementos de fantasia medieval e visuais impressionantes. Se você está adquirindo um console agora ou está fazendo aquele esperado update no PC, o game é altamente recomendado, pois você terá um jogo para se jogar por meses a fio!

O jogo é protagonizado por Geralt de Rívia, um bruxo com poderes mágicos e que usa 2 espadas dependendo da situação, onde, inicialmente, ele recupera a memória e vai atrás de Yennefer, uma antiga paixão dele e uma feiticeira, que pediu para ele se encontrar com ela em uma localidade, mas ela acaba sumindo. Posteriormente ele se encontra com o rei Emyr, que pede a ele que vá atrás da Ciri, sua filha e uma antiga aluna da escola de bruxos e que está sendo caçada pela “Caçada Selvagem” (Wild Hunt), um grupo de cavaleiros fantasmagóricos que está tocando o terror por aí e quer ela por algum motivo.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Cirilla

Inicialmente a produtora conseguiu esconder bem a plot, pois com o anúncio do game na revista Game Informer, tudo indicava que a Yennefer seria o alvo da Caçada Selvagem, mas depois foi citado que a Ciri é o alvo dos vilões, e que a Yennefer estaria apenas ajudando o rei a achar a moça.

Tanto desde o início do game, quanto após a passada de informações e o deslocamento de Geralt para Velen, o jogo é mundo aberto e bem flexível. O jogador poderá ir pra qualquer lugar no mapa, mas o jogo não tem apenas “1 mapa único” até onde eu percebi, e apesar dos mapas serem imensos, se o jogador for até o final deles o game barra a progressão, citando que “mais adiante tem dragões”, e o personagem é movido para um ponto anterior. Mas tirando isso, o jogo te dá bastante liberdade, incluindo os perigos e desafios.

Com essa liberdade, o jogador pode andas nas vilas e nas cidades coletando missões. Tirando as missões principais que vão sendo inseridas com a progressão e a finalização delas, o jogo também tem missões secundárias de diversos tipos, desde missões comuns para ajudar a população, caça ao tesouro e contratos diversos, com muitas delas sendo negociáveis entre o personagem e o solicitante. O jogador pode aumentar o valor do serviço, mas se ele aumentar demais pode causar irritação por parte do NPC, fracassando na negociação se ele se irritar demais.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Velen - Sol

Com a missão aceita o jogo praticamente define a localização de cada missão, mas aqui tem uma pequena pegadinha: se o jogador não olhar os menus ao aceitar uma missão e mandar rastrear pelo próprio jogo, ele pode cair em uma missão praticamente impossível, com um nível bem mais alto que o personagem. Por exemplo (e sem citar spoilers) tem uma missão onde eu acabei parando numa caverna e no decorrer da investigação eu deparei com um chefe, que praticamente deu um “hit kill” no Geralt, e depois fui ver o nível mínimo sugerido e pimba: estava como missão de nível 33!

O começo do game é um pouco denso e travado, por conta do jogador querer ver as missões principais, mas dependendo da missão, se for alguns níveis acima, o jogo fica bem mais desafiador. Outro detalhe é que o jogador tem de tomar cuidado antes de adentrar em uma missão que envolva um teleporte, pois dependendo da missão o jogador não terá volta para poder comprar poções ou outros itens de cura, e com isso ele terá a única chance de prosseguir. O jogo até sugere que você tenha de se preparar dependendo da missão, mas sempre é bom ter cautela.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Monster Hunter Mutations - 01

Com isso, e mais as missões secundárias, depois do início do jogo o jogador pode ir fazendo elas para avançar de nível e conseguir novos equipamentos, deixando as missões principais mais fáceis e acessíveis. Também tem a alquimia, onde o jogador pode conseguir algumas poções e usar durante a luta, tendo diversas vantagens, como recuperar energia, causar mais dano, enxergar no escuro, entre outros efeitos. No caso das poções se o jogador exagerar no uso, ele pode acabar sofrendo efeitos colaterais diversos, apesar de não ter visto isso muito no jogo (talvez por nunca exagerar e só usar em situações extremas, como a Trovoada).

Ainda comentando as quests, o jogo tem um dos melhores sistemas de quests de RPGs. As missões praticamente não se repetem e tem diálogos sensacionais, junto com as mecânicas de “efeito borboleta”. Explico: uma simples decisão do Geralt pode desencadear um final diferente de um outro arco de missões, por conta delas serem intercaladas, e deixar alguém vivo ou não se meter em confusão pode desencadear outros eventos e efeitos colaterais, e com isso o peso de suas decisões é importantíssimo. Junto com isso há locais abandonados com monstros, e limpar essas áreas faz com que a população retorne, recomeçando a vida na localidade.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Douraburgo

Já a jogabilidade não é tão difícil e o gameplay é praticamente em tempo real, com o personagem podendo atacar fisicamente, desviar e usar sinais, que são habilidades extras, tendo desde uma explosão de fogo, atordoar um inimigo, armadilhas mágicas e escudo, tendo uma delas tendo sido setada anteriormente. O jogador também evolui de nível e ganha pontos de habilidade, destravando novas habilidades e ativando ela em algum espaço disponível, dependendo do estilo do jogador. Também é possível inserir mutagênicos, que são esferas especiais que concedem desde mais poder de ataque a mais vitalidade, aumentando a sua energia.

Já o inventário tem um sistema de espaço similar ao The Elder Scrolls V: Skyrim, com os equipamentos baseados em peso e com um inventário limitado. Se você pegar muita tralha por aí o inventário enche, deixando o Geralt sobrecarregado e com ele andando lentamente, dando 2 opções: pegar o cavalo Carpeado e cavalgar para uma localidade mais próxima, para vender os itens piores e liberar espaço; ou largar algumas armas mais pesadas no chão. O jogador pode comprar alforjes melhores e aumentar o espaço disponível, mas também é necessário ter um bom gerenciamento de inventário para esse problema não se repetir mesmo com bastante espaço, e com isso eu já ando optando por vender armas piores ou mesmo desmontar num ferreiro, adquirindo peças que são usadas para fabricar armas melhores.

The Witcher 3 - Pomar Branco

O jogo também fornece em algumas missões diagramas de armas e armaduras, que podem ser levadas em ferreiros experientes e confeccionadas, dependendo do nível do jogador e da arma. Craftar uma arma/armadura sai bem mais barato do que comprar uma versão dela com o vendedor, fora que as próprias armas e equipamentos tem durabilidade, e com isso quando os equipamentos estão deteriorados pelo uso constante nas lutas, o jogador tem de reparar os itens equipados, ou analisar a troca por outro equipamento top que ele pode ter encontrado sem querer em uma missão.

Outro detalhe é que o game impressiona com os detalhes mínimos que você pode acabar ignorando, mas eles estão lá. Andar pelas vilas tem desde crianças brincando, pessoas trabalhando durante o dia, bêbados durante a madrugada, monstros errantes em alguns locais ermos (e alguns com níveis tão elevados que te matam rapidinho, mas eles são raros no começo do jogo), comentários aleatórios feitos por pessoas normais…chega a ser impressionante todos esses detalhes. Uma hora você escuta um garoto que, ao te ver perto, pergunta do nada se “bruxos realmente matam criancinhas?” ou “bruxos estripam pessoas?” ou mesmo um preconceito de algum NPC contra bruxos, considerando o Geralt uma “aberração”, tratando ele com animosidade. Outros NPCs não, e chega a ser recompensador escutar que “ah, a maioria pode falar o que quiser, mas nunca vamos nos esquecer do que você fez aqui”, logo após ter limpado uma pequena vila nas margens de um rio, que estavam cheios de monstros e que fez a população fugir de medo.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Porto

Quanto a questão dos bugs, que muitos alardearam por aí, eu não vi tantos bugs assim. Com a produtora fazendo muitas correções, tive apenas poucos problemas com relação a ficar preso em alguns pontos do cenário e perto de portas abertas em Novigrad. Não vi no PS4 bugs gráficos gritantes, e parece que isso está acontecendo mais na versão PC e que ocorrem com mais frequência na cidade de Novigrad, talvez por conta da enorme quantidade de scripts que estão sendo executados quando o jogador se locomove por lá. Mas nada que comprometa a progressão e a diversão do jogador.

Sobre a dublagem e a localização, o game está com uma localização caprichada e sem poupar palavrões, tendo todos os palavrões possíveis e uma boa atuação do Sérgio Moreno, o dublador do Geralt. Já os NPCs secundários, talvez por conta de serem muitos, tem algumas falhas, como um ferreiro oferecer uma missão e depois dela terminar a voz dele mudar, repetição de vozes dos dubladores em diversos NPCs (teve um acampamento de guardas onde 2 personagens que estavam próximos fisicamente eram feitos pelo mesmo dublador praticamente) e trechos onde o personagem fala de maneira bem acelerada, talvez por conta da versão em inglês ter algumas frases mais curtas.

The Witcher 3 - Wild Hunt - Velen - Ninho do Corvo

Rodrigo Flausino

Editor de conteúdo do GameHall e do Select Game e desenvolvedor de softwares nas horas vagas. Meio ranzinza de vez em quando, mas é gente boa. Vivia reclamando. Gamer quase hardcore. Tem um PS3, um PlayStation 4 e um PC razoável que roda a maioria dos games atuais!

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