Uma história épica scifi nesta bela sequência
“Phantasy Star“ para Master System foi um grande sucesso e a Sega tratou logo de lançar uma continuação direta em seu novo videogame, o Mega Drive. Lançado em 1989, trazia a mesma equipe de criação do original (Rieko Kodama, Yuji Naka e “Bo”) e foi um dos primeiros RPGs da história dos 16 Bits. Tornou-se um grande sucesso, agradando aos fãs e à crítica especializada. “Phantasy Star II” vinha em um enorme (para a época) cartucho de 6 Mb, e ele é reconhecido por ser o game mais difícil da série, com labirintos longos e complicados e uma dificuldade bem acima da média.
“Phantasy Star II” nos apresenta mil anos depois da primeira aventura com Alis e seus companheiros para derrotar Dark Force, um cenário não muito diferente do original mostrado no Master System. Pouco foi mudado e tudo ainda ocorre no sistema de Algol e nos planetas de Palma, Motavia e Dezoris, no mesmo estilo fantasia/futurista que havia feito sucesso no jogo anterior. A história, agora mais complexa e com o dobro de personagens, com certeza irá agradar aos fãs de literatura de ficção cientifica (os quais eu destaco influências de grandes autores como Isaac Asimov, George Orwell, Julio Verne, Frank Herbet, e claro, a série Star Wars). Aliás, falando em Star Wars, o primeiro game lembra bastante o primeiro filme da trilogia clássica (o episódio IV) com Alis fazendo o papel de Luke Skywalker, uma jovem inexperiente que precisa derrotar o super vilão. Alguns personagens do jogo foram claramente tirados do filme.
Já PS II segue o estilo do segundo filme (o episódio V), com um planeta de gelo igual a Hoth e as sondas imperiais (fotos abaixo), além de contar com uma atmosfera mais sombria e pesada (como no filme). Só para se ter uma ideia, eles detonaram o planeta mais importante do sistema Algol, Palma, matando uns 90% da população total. Isso sem dizer da morte de um dos personagens… e do grande segredo por trás de Rolf (segredão mesmo, tipo aquele quando Luke descobre que Vader é seu pai).
Planeta Hoth? Império Contra Ataca? Não, PSII
A versão americana teve alguns problemas na sua tradução, e alguns nomes que eram compridos demais tiveram que ser encurtados ou trocados, gerando uma certa confusão. Algol por exemplo é chamado de “Algo”, Dezolis é “Dezo”, Motavia é “Mota” e Palma é “Palm”. Porém a maior mudança significativa foi com o personagem “Lutz”, que aparece na versão original americana do Master System com o nome de “Noah“. Lutz é o nome do personagem na versão japonesa, um ponto que pode ter passado desapercebido para os mais desatentos. Nessa análise usarei os nomes originais.
PS II era uma evolução natural do já excelente jogo original para Master System. Imaginem tudo de bom que o primeiro game oferecia, só que agora multiplicado por 2. Contava com um número maior de personagens, uma história mais longa e labirintos mais detalhados (e difíceis). Os personagens são bem cativantes e você logo se identificará, entre eles a Nei (imagem acima, uma das mais memoráveis personagens de RPGs), com certeza a mais carismática de todos e que ganhou a admiração imediata dos fãs da série, introduzindo uma nova raça entre os personagens selecionáveis, os numanos. A Nei lembra muito a Aeris de “Final Fantasy VII” em muitos aspectos, e possivelmente Aeris teve algumas influências de Nei “emprestadas” pela Squaresoft (PSII saiu quase uma década antes de FF VII).
Alguns o consideram como o primeiro grande épico dos videogames, com uma história criativa (que para os padrões de hoje seria clichê) com um enredo envolvente, um jogo que estava à frente da sua época. Pelo que eu sei, é um dos primeiros games a ter uma morte trágica de um dos personagens principais, o que mexeu com emoções com vários fãs (mais ou menos como quando aconteceu com Aeris).
Para jogá-lo não é preciso conhecer o primeiro game, mas seria bom se o conhecesse, pois há muitas referências e ligações com o “Phantasy Star I”. Ao menos, leia a nossa análise dele aqui, caso não conheça o jogo.
A História
No início… em algum lugar desse infinito espaço existe o sistema estelar de Algol. Em volta da sua estrela, existem três planetas: Palma, Motavia e Dezoris. O mais próximo do sol é Palma, o centro econômico e intelectual do sistema. Filósofos e líderes vivem aqui, do alto de suas torres, isolados do burburinho da vida cotidiana. O próximo planeta é Motavia, a joia brilhante. Este planeta, uma vez desértico e descolonizado, é agora um fértil planeta fazenda, um paraíso tropical azul e verde, pacífico e próspero, tudo graças ao supercomputador Mother Brain. Em Motavia todos têm o que desejam. Ninguém precisa trabalhar duro – ou até mesmo nem trabalhar. Já Dezoris é o planeta mais afastado, e o mais misterioso. Pouco se sabe sobre este mundo gélido.
Entre os planetas, Motavia é o que possui a história mais conturbada. Em seu longínquo passado conta-se as lendas de Alis Landale, a corajosa jovem que combateu e venceu as forças tirânicas de Lassic. Algol agora é um sistema em que vive uma verdadeira utopia tecnológica. Ninguém é pobre. Todos são felizes e possuem conhecimentos tecnológicos. Mágica foi substituída pelas “techniques”, oriundas da ciência. Armas e armaduras são feitas de titânio, cerâmicas, carbono e luz congelada.
Alis em Phatasy Star I nos sonhos de Rolf
Mas agora outra tragédia oprime Motavia. Esta, bem pior do que foi Lassic antigamente, não é uma pessoa, mas sim um mal desconhecido. Tudo está sendo afetado – o clima, as máquinas e até mesmo a natureza. Em Motavia, estranhas criaturas infestam as cidades. Elas são terríveis e destroem tudo e todos, ninguém mais se atreve a viajar fora das cidades. O que aconteceu com o super computador, Mother Brain, que controlava tudo em Motavia? Porque há tantos problemas acontecendo?
Algol estava prosperando sob os cuidados de Mother Brain, que regulava as torres Climatrol, os laboratórios de Bio-Systems e todas as outras coisas que a população de Motavia precisasse. Mas agora ele está descontrolado e Biomonstros apareceram e começaram uma onda de destruição.
Você é Rolf Landale, que está sofrendo com terríveis pesadelos. Em seus sonhos, uma jovem está confrontando um gigantesco demônio, mas apesar de Rolf tentar, ele não conhece a identidade da misteriosa guerreira. Sempre que ele se aproxima, ele é incapaz de se mover ou falar enquanto o demônio se aproxima da jovem, e então antes do demônio matar a garota, Rolf acorda. O que eles significam? E o que eles representam para Rolf, Motavia ou outra coisa qualquer?
De sua casa em Paseo, capital de Motavia, Rolf vai até a Torre Central se encontrar com o Comandante, o líder do governo em Motavia. O Comandante dá a você uma nova e importante missão que irá afetar o seu futuro, o de Motavia e de todos a sua volta.
Os personagens
Rolf Landale
Nei
Rudo
Amy Sage
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Hugh Thompson
Anna Zirski
Josh “Kain”
Shir Gold
NPCs
Ele irá curar todos do seu grupo. O preço varia de cidade pra cidade.
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Dentro do laboratório de clones você encontrará esta figura. A taxa da clonagem de um dos integrantes mortos depende de seus Nível.
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Olha só que bonitinha ela… kawaii…. ela lhe dirá quanto pontos você precisa para subir de nível e salvará seu jogo. Se você usar seu Visaphone, você poderá contatá-la e salvar o jogo de onde estiver.
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Ela lhe esperará dentro dos prédios de teleporte em Motávia. Daqui você poderá voltar para qualquer cidade visitada anteriormente.
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Ele e todos seus irmãos são donos dos Shops de Itens de Motávia. Aqui você encontrará itens de cura e de transporte tais como Dimate e Escapipe.
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Aqui você poderá comprar armaduras e outros equipamentos para te proteger. Tome cuidado ao comprar. Nem todas as pessoas da equipe podem usar o mesmo equipamento.
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Esta ruiva cabeluda vende armas de todos os tipos. Ela também lhe dirá quais integrantes podem usar a arma e vice-versa.
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Estes caras vivem em Dezoris e podem ser encontrados em Shops espalhados pelo planeta.
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Gráficos
Os gráficos, para um jogo da primeira geração do Mega Drive, estão muito bons, logicamente melhores de que o PSI e bem desenhados. Os labirintos, as cenas de batalhas, as cidades estão bem detalhadas e mais trabalhadas que a versão anterior. Muita coisa foi herdada do Master System, porém melhorado. Temos algumas cut-scenes durante o jogo, que estão muito belas.
Você terá que explorar dois gigantes planetas, Motavia e Dezoris (Palma será destruída antes mesmo que você coloque os pés nela).
Uma grande diferença que se nota é nas cenas de batalha. Agora é possível observar seus personagens na tela, atacando ou se defendendo. Outro fator é que agora pode existir mais de um tipo de monstro na mesma luta. Porém, infelizmente a tela de fundo é sempre a mesma, uma tela azul quadriculada, o que acaba enjoando com o tempo. Bem que podiam ter trabalhado nuns cenários de fundo variados.
Outra grande mudança é nos labirintos, em que foi descartada a visão 3D em primeira pessoa, que no Master System impressionava. Foi adotada a clássica visão superior, mas não pense que por causa disso ficaram mais fáceis. Pelo contrário, estão mais difíceis do que nunca! Labirintos longos, cheios de passagens caminhos e andares, vai dar bastante trabalho, ainda mais para aqueles que gostam de explorar a procura de itens (que estão cheios espalhados por caminhos tenebrosos – mas a procura vale o esforço).
alguns vilões: Nei First, Dark Force e Mother Brain
Cada área está bem desenvolvida, com uma vasta diferença gráfica entre elas. Você irá explorar centros de pesquisa biológicas ou tecnológicas, florestas escuras e sombrias, entre outras coisas. Os gráficos são límpidos e não cansam a vista. Alguns efeitos parallax podem ser notados nos labirintos, o que enriquece o jogo dando um efeito visual legal, como quando você anda e aparecem tubos se mexendo para um lado contrário.
Os personagens possuem ataques variados, ou seja, animações variadas, o que é bem legal. Os monstros estão bem caracterizados e também possuem uma boa gama de animação.
Músicas
A trilha sonora não usa todo o potencial do Mega Drive, mas as músicas são boas de se ouvir e captam bem a “essência” de Phantasy Star, na maioria com batidas techno e eletrônicas.
“Bo”, o compositor das músicas do jogo anterior fez um bom trabalho, muitas são bem agitadas e te deixam no clima certo para as horas de exploração em um labirinto ou ainda um simples passeio pelas cidades.
Escutem abaixo a Rise or Fall, um tema épico fantástico. Não deixem de ouvir também o último vídeo com versões arranged.
Os efeitos especiais não contam com nada de diferente e cumprem bem o seu papel, com barulho de magias, espadas e outras coisas.
Jogabilidade
A jogabilidade é bem tranquila, há muitos menus para acessar, mas eles são bem simples e fáceis de se navegar, não tendo grandes segredos. Segue o padrão das batalhas aleatórias com batalhas em turnos. Como já dito, você agora pode visualizar seus personagens na tela de batalha, e é bem legal de ver Rolf dando espadadas, Nei usando suas garras, Rudo com sua espingarda, Ana dando chicotadas e assim por diante. Dos 7 personagens ao todo, você poderá jogar com 4 (já incluindo Rolf).
Uma coisa eu digo: esse jogo é difícil pracaraleo! Inimigos fortes e labirintos terríveis, um RPG pra cabra macho. Logo nas primeiras batalhas você irá perceber que terá um longo caminho, ganhando levels e comprando equipamentos melhores, que serão indispensáveis se você quiser avançar no jogo. Falando sério, se você tentar se aventurar em uma área desconhecida, vai acabar se dando mal. O negócio é perder algumas horas no início para ganhar levels (muitos) e muita grana. Pode parecer chato, mas te facilita a vida mais para frente, quando você entrar de cabeça no enredo do game (que vai ter muitas reviravoltas). Alguns labirintos são enormes, com vários caminhos e até mesmo andares. Felizmente cada área possui um toque gráfico diferente, o que não o deixa tão chato.
Uma coisa boa nas batalhas é que agora pode haver mais de um tipo de monstro por batalha (diferente do anterior que era só um), que aumentou bem mais o desafio e a diversão. Você pode atacar com ataques normais ou magias (no caso aqui chamadas de techniques).
Alias, algo que fez muita falta foram itens para recuperar TP (Techniques Points), que não existem, então saiba usar bem suas magias. E olha só que bacana, se um dos seus personagens morrer, você pode ressuscitá-lo clonando-o nos laboratórios de clones, com as mesmas memórias um pouco antes de morrer. Bem scifi, legal né? Você ganhará algumas magias importantes, como as de cura e ressurreição e uma das personagens (a Shir) pode ainda roubar alguns itens importantes nas lojas.
Um outro problema é que seus personagens só podem carregar um número limitado de itens, felizmente há um lugar onde você pode estocar todos os seus bagulhos. Temos também o problema de falta de informações, de estatísticas de armas, armaduras, magias antes de compra-las. Sempre é bom dar uma salvada antes de comprar alguma coisa pra ver se vale a pena.
Dezoris, Palma explodindo e Motavia
Bônus Vídeo
Comercial da versão japonesa do game
The Phantasy goes on…