Análises

Star Wars: The Force Unleashed II

– do lado da força este jogo pode não estar –

Saudações leitores padawans. Os poderes da força estão de volta (ou não) em “Star Wars: The Force Unleashed II”, que traz como protagonista o anti-herói Starkiller, o pupilo rebelde de Darth Vader. O primeiro game foi um grande sucesso, mostrando uma história situada entre os episódios III e IV, da franquia de filmes.

The Force Unleashed não é apenas um game baseado na franquia de filmes, ele faz parte oficialmente do universo criado por George Lucas, então é como você assistir a uma sequência dos filmes e descobrir o que aconteceu naquele meio tempo entre as duas trilogias. Será que este segundo jogo está mais para o lado negro da força ou para o lado da luz? Nossa análise você deve ler, para suas conclusões tirar (caramba, isso vicia).

Original ou um clone?

Em The Force Unleashed II o contexto é o seguinte. O senador Palpatine passou a dominar todos os sistemas que incorporam o sistema galáctico e se autonomeou imperador. Seu braço direito, Darth Vader, partiu em uma missão para eliminar todos os jedis espalhados pelo universo, e foi quando encontrou Starkiller ainda criança, e o treinou (história mostrada no primeiro game).

Desta vez, Starkiller encontrá-se em um cativeiro no planeta coberto de água e tempestades Kamino (efeitos da chuva na primeira fase são geniais), o lugar onde se faz as clonagens. Starkiller é assombrado por lembranças, será ele o verdadeiro Starkiller ou como diz Darth Vader, ele não passa de um mero clone? Segundo Vader, ele é o primeiro clone bem sucedido de seu pupilo.

Vader o força a esquecer seus sentimentos por Juno Eclipse, a sua amada, mas ele não consegue e acaba fugindo das instalações de Vader, em busca de Juno.

Esse é o começo do game, que já na primeira fase apresenta uma sequência de queda livre sensacional, da fuga de Starkiller das instalações de clonagem de Kamino. Num contexto geral, a história de TFUII não possui grandes influências nas histórias dos filmes, apesar das participações especias de mestre Yoda, Princesa Léia e o caçador de recompensas, Boba Fett. Mas o jogo dá sequência a história de Starkiller de maneira boa, com uma trama cinematográfica envolvente e que certamente agradará aos fãs da saga. Não há surpresas ou reviravoltas mais interessantes (e o romance entre Starkiller e Juno nem é tão atraente), mas cumpre sua tarefa.

O jogo tem seus altos e baixos, então vamos primeiro às qualidades. Quem jogou o primeiro, vai se acostumar rapidamente com os controles e comandos do segundo, que são praticamente idênticos, com golpes com os dois lightsabers, mover objetos, andar mais velozmente e eletrocutar inimigos. Mas as habilidades vão sendo desbloqueadas no decorrer do jogo, na medida em que Starkiller vai recuperando a memória.

No entanto, uma nova habilidade é o Mind Trick, que permite invadir a mente dos inimigos e faze-los atacar uns aos outros ou até se suicidarem. Outra novidade é o Force Fury, que garante ao nosso herói um aumento de seus poderes por tempo limitado.

As habilidades (Saber, Push, Lightning, Grip, Mind Trick, Saber Throw e Repulse) podem ser evoluídas, através de experiência ganha ao derrotar os adversários, aumentando o número de inimigos atingidos ou ainda o número de objetos movidos pela Força.

Os gráficos e visuais estão sensacionais, mais trabalhados do que o primeiro, com texturas bem produzidas, principalmente nos personagens principais e inimigos mais elaborados como droides de batalha, com boas e fluídas animações. Os cenários estão de acordo com o universo Star Wars, com designs artísticos bem conseguidos e polidos, com sequências dignas de superproduções do cinema, como o início do jogo, as naves destruindo pontes atrás de Starkiller ou o monstro gigantesco Gorog, na arena de combate (verdadeiro combate épico, um dos melhores momentos do jogo).

As cutscenes são um primor à parte, moldados com um aspecto cinemático e que nos fazem sentir como se estivéssemos assistindo a um filme da saga Star Wars, aliados a uma trilha sonora impecável, dublagens perfeitas e efeitos sonoros fieis aos longa-metragens. A qualidade sonora, como sempre na franquia Star Wars, é algo muito bem cuidado.

Mas agora que você já viu as qualidades, vamos aos defeitos do game, que podem frustrar os fãs que esperavam um jogo perfeito. Sem dúvida, o maior defeito que você vai encontrar em TFUII é que ele é um jogo muito curto e muito fácil, levando apenas algumas horas para ser completado (deve ser metade do primeiro jogo). São nove níveis que passam voando, e quando você chega ao final primeira coisa que pensa é “ué, é só isso? Já acabou?”. Pelo menos há dois finais diferentes, incentivando a jogar de novo (o final do lado negro é mais interessante) e ambos com um gancho para uma provável terceira sequência.

Apesar de uma história bacana de um modo geral, ela é muito curta e não foi totalmente aproveitada, deixando um desejo de “quero mais”. Parece que faltou criatividade na equipe para desenvolver algo mais elaborado. Um bom exemplo disso é na fase do planeta Dagobah, em que Starkiller encontra-se com o mestre Yoda. Uma sequência que não deve levar nem cinco minutos. Totalmente frustrante, para quem esperava mais desse encontro antológico. O primeiro game teve colaboração do próprio George Lucas no roteiro, já esse segundo eu não sei dizer se ele colaborou, mas isso pode explicar a queda de qualidade no roteiro.

Outro problema foi a falta de inovação na mecânica do jogo, que é praticamente o mesmo que o anterior. Andamos pelo cenário, derrotamos inimigos, seguimos em frente e de vez em quando usamos a força para ultrapassar obstáculos. Não há desafios, não há criatividade e não há grandes mudanças. As lutas contra os chefões são igualmente frustrantes, tirando a batalha contra o monstrengo Gorog. Até mesmo a batalha final contra Darth Vader parece sofrer de uma inspiração mais apoteótica e momentos fantásticos para se encerrar a aventura.

Como o jogo é curto, a variedade de inimigos também é, até menos do que no jogo anterior, o que é algo vergonhoso. Nas primeiras horas é tudo muito divertido, são stortroopers, saber guards, ajudantes sith, tie fighters e alguns droides de batalha. Mas depois de um tempo, sente-se a falta de novos tipos de inimigos. O jogo possui alguns Quick Time Events, em que o jogador deve apertar os botões num dado momento pedido pelo jogo, e assim ver finalizações bem bacanas, que infelizmente também acabam tornando-se enjoativas com o tempo.

Mas enfim, o jogo possui alguns extras, como o modo Challenge, que consiste em 10 desafios diferentes para serem completadas, recebendo medalhas de acordo com o seu desempenho, com o desbloqueio de cutscenes extras. Há também roupas diferentes, lightsabers diferente, artwork, mas nada de grande impacto mesmo.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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