Análises

Battlefield 1

Quase um século se passou desde o final da 1ª Guerra Mundial, um conflito que não recebe tanta atenção quanto 2ª Grande Guerra, que veio duas décadas depois, mas que envolveu todas as grandes potências da época e transformou o mundo. No caso de Battlefield 1, ele faz um trabalho excelente em nos transportar para aquele período da nossa história.

Quem jogou os títulos anteriores da franquia que possuíam campanhas single player deve se lembrar que elas não eram lá grande coisa. Com exceção de Bad Company 1 2, que entregaram algo com qualidade aceitável, Battlefield 34Hardline tem modos para um jogador completamente ignoráveis, pois mais parecem jogos de tiro genéricos neste aspecto. Para nossa sorte, Battlefield 1 tem uma ótima campanha, que apesar de não ser estelar, lembra um pouco a experiência que nos foi oferecida por Call of Duty 2 ou Medal of Honor: Allied Assault.

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Ela é dividida em cinco histórias distintas que ocorrem em diferentes períodos da guerra, misturando personagens fictícios e reais. Antes de jogá-las, você é colocado na frente do campo de batalha, onde deve enfrentar as forças do Império Alemão utilizando diversos soldados norte-americanos. Quando você morre, é transferido para o controle de outro personagem, até terminar esta introdução. Ela meio que serve para lhe mostrar o que te espera.

As histórias em si são cinco. Através da Lama e Sangue, onde você deve pilotar um tanque britânico enquanto atravessa as linhas inimigas. Amigos nos Lugares Certos, que coloca você para batalhar nos céus utilizando aviões do período. Avanti Savoia, na qual você controla um soldado do Reino da Itália equipado com uma poderosa armadura que lhe protege dos tiros e ao mesmo tempo lhe permite trucidar os inimigos com sua metralhadora com mais facilidade. O Corredor, onde você é um soldado australiano e precisa proteger seu pupilo, e, por último, Nada Está Definido, onde você joga na companhia do famoso Lawrence da Arábia em uma campanha contra o Império Otomano.

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São todas boas histórias? Infelizmente não, mas os momentos de ação na maioria delas são ótimos, mesmo em Amigos nos Lugares Certos que começa bem devagar e, só depois de muitos minutos de enrolação, é que engata em algo empolgante. O Corredor também poderia ter recebido mais atenção, pois além de extremamente curta, é chata de se fazer. As outras três campanhas no entanto são excelentes e provavelmente agradarão a maioria dos jogadores.

Algo que me chamou muito a atenção é que as batalhas em trincheiras, aspecto muito conhecido da 1ª Guerra, quase não é tocado em Battlefield 1, mas apesar disso você viverá alguns momentos bastante tensos daquela época, incluindo ter de se proteger dos ataques com gás mostarda. Uma coisa que a DICE poderia ter implementado mas não o fez é nos mostrar o conflito na visão dos alemães, otomanos ou austro-húngaros. Ela decidiu focar exclusivamente nos aliados, o que é uma pena.

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As campanhas tem também um aspecto característico do modo multiplayer, que é a necessidade de capturar determinados locais em algumas delas. Há coletáveis que precisarão ser encontrados por aqueles que gostam de caçar troféus ou conquistas. A IA tem uma boa mira e vai dar trabalho mesmo para jogadores mais experientes. Quem for zerar o single player apenas uma vez, provavelmente levará no máximo 5 ou 6 horas.

É necessário ressaltar que se você está pensando em adquirir Battlefield 1 apenas pelo modo para um jogador, o ideal é esperar seu preço baixar mais um pouco, pois é no multiplayer que esse jogo brilha de verdade.

Já devo ter gasto quase 30 horas em partidas online e, devo dizer, a DICE acertou em cheio. Ela conseguiu trazer aquela sensação que tínhamos quando jogávamos Battlefield 1942, mas com armas e veículos da 1ª Guerra Mundial.

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Existem novamente quatro classes com acesso a diversas armas e acessórios, e todos os modos de jogo multiplayer conhecidos da franquia estão presentes, com a adição de Pombos de Guerra, onde você deve soltar um pombo para pedir ajuda (ou impedir os adversários de fazerem isso) e também Operações, no qual você revive batalhas reais que ocorreram na Guerra. Infelizmente, não pude jogar muito essa inédita experiência, pois pelo menos no PC, quase sempre não haviam jogadores suficientes para isso, algo que não ocorreu em momento algum nos modos Dominação, Investida, Conquista ou Cada Equipe por Si.

Além das quatro classes padrões no multiplayer, você pode encontrar aleatoriamente equipamentos de classes elite, que lhe darão uma certa vantagem quando usados. Há um, por exemplo, que fornece um lança-chamas, perfeito para matar a infantaria. Tem outro que vem com uma arma anti-tanque extremamente poderosa. Há também um que faz o jogador ficar com uma armadura, permitindo que aguente mais tiros, enquanto faz picadinho dos inimigos com uma poderosa metralhadora.

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Algo que eu não poderia deixar de mencionar também é a adição do cavalo, um dos melhores aspectos do game. É simplesmente delicioso passar galopando com ele perto de um inimigo e cortar sua cabeça com a espada. Há também granadas de gás mostarda que sufocam os jogadores adversários que estiverem no seu raio de alcance, obrigando-os a se proteger com uma máscara que sacrifica a precisão da mira deles.

A jogabilidade está entre as melhores disponíveis em um jogo de tiro atualmente. Cada arma passa a sensação de ser completamente diferente da anterior, sendo necessário se acostumar com elas para se sair bem no campo de batalha. O combate corpo a corpo nunca esteve tão violento, havendo uma vasta variedade de armas brancas para você dar cabo do inimigo de maneiras bastante brutais.

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Graficamente estamos falando de um dos jogos mais bonitos da geração. Não apenas isso, mas Battlefield 1 também é um game leve, e você não precisa possuir um “computador da NASA” para apreciar sua beleza, pois mesmo não rodando com os gráficos no Ultra, ele é um colírio para os olhos.

Durante as dezenas de horas que joguei, no entanto, encontrei alguns bugs. Nada que atrapalhasse a experiência no entanto. Eram coisas como chumaços de grama flutuando no céu ou algum personagem morto preso dentro das paredes.

É verdade que Battlefield 1 vem dublado em português, mas particularmente não gostei muito do resultado. Existem bons momentos na dublagem, mas também há outros terríveis, que não lhe passam a sensação real de uma determinada situação. Por ventura, é possível jogar com áudio em inglês, que está excepcional, e textos em português.

 

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