Análises

Final Fantasy XIII

A série “Final Fantasy” é uma franquia que dispensa qualquer tipo de apresentações, pois é provavelmente a série de RPG mais famosa e adorada por todo o mundo. Já são anos de fantasia, histórias épicas e dezenas de personagens encantadores. Há quem diga que durante todos esses anos, a série se perdeu e os bons “Final Fantasy” são os mais antigos e clássicos.

O grande “boom” da franquia foi com o lançamento de “Final Fantasy VI para Super Nintendo, em 1994, que mostrava a saga de Terra e seus companheiros contra o maléfico (e hilariante) Kefka. Em 1997 outro “boom” aconteceria, desta vez na plataforma PlayStation com “Final Fantasy VII“, com uma aventura que é ainda lembrada nos dias atuais e personagens inesquecíveis como Cloud Strife e o vilão mais amado/odiado de todos os tempos, Sephiroth, que rendeu ainda uma aclamada continuação animada chamada “Advent Children“. Em 2001 o terceiro “boom“, para PlayStation 2, com o belíssimo “Final Fantasy X” e a encantadora Yuna, agora pela primeira vez com vozes reais de atores. Também tivemos “Final Fantasy XII“, que apesar de seu sucesso, não teve o mesmo impacto que dos outros títulos mencionados.

E a saga chega ao seu décimo terceiro capítulo, com quatro anos de produção, um legado inteiro para manter e um estilo próprio para defender, “Final Fantasy XIII é um dos jogos mais aguardados de todos os tempos. Foi anunciado pela primeira vez na E3 de 2006 como um título exclusivo para PlayStation 3, para depois ser também anunciado para Xbox 360.

Foi lançado em dezembro no Japão para PlayStation 3 (o lançamento mais bem sucedido do console por lá) e chegou no ocidente posteriormente. Nos Estados Unidos, mais de 2.500 lojas abriram à meia-noite para vender “Final Fantasy XIII“, muitas delas com filas bem longas de vorazes fãs, que enfrentaram um frio de 3ºC.

Nesta nova geração de consoles, “Final Fantasy XIII” terá uma prova de fogo que os seus antecessores não tiveram: os RPGs ocidentais. Nestes últimos anos muita coisa mudou na indústria de videogames, e os clássicos RPGs orientais, conhecidos como JRPG, foram perdendo o seu lugar e dando espaço para grandes sucessos comerciais e de público como “Mass Effect 2” e “Dragon Age“, entre outros.

Será “Final Fantasy XIII” outro “boom” na história de anos da franquia? Fará ele mais sucesso que os RPGs ocidentais como “Mass Effect 2”? Será que a tradição e caractrísticas da série se mantém com “Final Fantasy XIII”? Ou será uma animação interativa com o nome “Final Fantasy”? Leia abaixo e descubra. 

Ambos os consoles possuem Edições Especiais de FFXIII. Porém no Japão foi lançado um PlayStation 3 Slim em edição limitada, com a cor branca e uma figura cor de rosa de Lightning na superfície do console. No ocidente foi lançado uma versão especial do Xbox 360, que vem com uma imagem de Lightning na parte da frente do aparelho, desenhada por Tetsuya Nomura. Já na edição especial para os dois consoles, além do jogo o pacote traz como mimos o disco de trilha sonora, um livro ilustrado com referências gráficas de cenários e personagens, cartões postais inspirados nos Eidolons como Odin e Shiva e ainda um adesivo com o símbolo dos fal’Cie.

A Produção

Os maiores sucessos da série Final Fantasy tem como base a sua equipe de produção, responsável pelas aventuras épicas, gráficos e visuais fantásticos e trilha sonora inesquecível. Nomes já consagrados na indústria como Hironobu Sakaguchi, Yoshinori Kitase, Yoshitaka Amano, Tetsuya Nomura e Nobuo Uematsu são os grandes responsáveis pelo sucesso da série. Muitos deles já não trabalham mais na franquia, mas então quem está por trás de Final Fantasy XIII?

  • Motomu Toriyama: Ele é o diretor e quem escreveu a história. Toriyama é um nome relativamente novo na série Final Fantasy, ao menos atuando como diretor. Ele foi diretor do questionável Final Fantasy X-2 e Final Fantasy XII para Nintendo DS.

 

 

  • Yoshinori Kitase: Um dos líderes do projeto Final Fantasy XIII, ele já é um nome conhecido para os fãs. Já trabalhou em Final Fantasy VI, VII, VIII, X e a série Kingdom Hearts, apenas para citar alguns exemplos. Um currículo respeitável que deixará qualquer fã mais aliviado.

 

  • Tetsuya Nomura: Também veterano na série, o character designer está de volta com outro trabalho incrível, com personagens com visuais brilhantes. Já trabalhou nos games FF VII, VIII, X e na série Kingdom Hearts.

 

 

  • Masashi Hamauzu: Aqui temos o nome novo na série, Hamauzu substituiu o aclamado compositor Nobuo Uematsu, que saiu da Square Enix em 2004. Não tem muita experiência e compôs para poucos títulos, entre eles Final Fantasy X, em parceria com Nobuo Uematsu e Junya Nakano. Final Fantasy XIII é o seu primeiro grande trabalho solo, uma tarefa nada fácil após tantos anos com temas geniais criados por Uematsu.

Temos diversos outros nomes trabalhando no game, mas são estes os mais importantes e que são a base de tudo. Agora que você já conheceu a equipe de produção, vamos conferir a história de FFXIII. 

Salve um mundo que não deseja você nele

A trama de “Final Fantasy XIII” se passa em um mundo selvagem repleto de fauna e flora natural conhecido como Pulse, e gira em torno dos fal’Cie, que são seres criados a partir de cristais e que possuem poderes divinos. Pessoas que são marcadas pelos fal’Cie são chamadas de I’Cie e estas possuem uma grande meta que o fal’Cie deseja que essa pessoa complete em um determinado período de tempo, chamado Focus. Entretanto, o fal’Cie não diz explicitamente o que é essa missão, devendo essas pessoas interpretarem o seu caminho através de visões. Os I’Cie ganham a habilidade de invocar Eidolons, criaturas místicas que lutam ao lado dos I’Cie, mais isso vem com um preço: se um I’Cie morre antes de completar a sua missão, ou não conseguir concluir sua tarefa dentro de um período de tempo, essa pessoa se transformará em um monstro conhecido como Cie’th. E se um I’Cie completa sua missão, a recompensa também não é lá muito boa: ela se transforma em um cristal. Por esta razão, as pessoas marcadas como I’Cie são vistas como uma maldição.

Cerca de 1.300 anos atrás, um fal’Cie construiu um paraíso para a humanidade: a cidade de Coccon, que flutua acima da superfície de Pulse, que também tinha o seu próprio fal’Cie criador. Foram criadas formas de vida e máquinas para os seus habitantes usar, e assim a humanidade floresceu. Ao longo do tempo, o povo de Coccon começou a temer pela segurança do seu mundo, e achavam que ele seria derrubado do céu para o inferno que Pulse era. Uma guerra foi travada entre Pulse e Cocoon, com a vitória do segundo. Mas o medo ainda permanecia no coração do povo de Cocoon. Embora a maioria das pessoas nunca tenha visto Pulse com seus próprios olhos, eles dizem que é um lugar perigoso, que tem efeitos estranhos sobre aqueles que se aventuram na superfície abaixo. Qualquer pessoa que for descoberta visitando Pulse é imediatamente submetida à quarentena e exilada pelo governo de Cocoon, conhecido como Sanctum e a sua milícia, PSICOM.

Eis que aparecem Snow, um jovem que lidera um grupo de resistência chamada Nora, em uma tentativa em vão de impedir a revolta dos civis e a misteriosa Lightning que luta à sua maneira, com a ajuda do Sazh, contra soldados da PSICOM para encontrar um fal’Cie de Pulse, que transformou sua irmã (que também é noiva de Snow) em uma I’Cie. Através de uma cadeia de acontecimentos, estes três, juntamente com dois exilados, Vanille e Hope, são forçados pelo fal’Cie de Pulse para se tornarem I’Cies, e com isso, tornam-se inimigos da humanidade, uma vez que a sua missão é destruir o mundo de Cocoon.

Este é o contexto em que se baseia a história de “Final Fantasy XIII”, uma das partes mais importantes para um RPG, e que felizmente conta com um enredo muito bem amarrado e envolvente que será mostrado de forma cinematográfica e bastante madura. Ele é cheio de aventura, drama, romance e reviravoltas emocionantes que vão prender a sua atenção na tela, e quem sabe até fazer você chorar ou rir em alguns momentos. Mas como toda boa história precisa de personagens igualmente interessantes, “Final Fantasy XIII” é recheado deles, e você vai conhece-los bem a medida em que for jogando e se afeiçoando a eles.

São todos vítimas de uma mesma infelicidade que acabam se unindo ou se encontrando com um mesmo objetivo. O início pode ser meio confuso, mas de acordo que a narrativa vai se desenvolvendo, a história vai sendo revelada, assim como detalhes das vidas pessoais de cada personagem, que vão ganhando personalidade e carisma. Todas elas são muito humanas e credíveis, com sentimentos, problemas e profundidade psicológica que irá encantar o jogador. Porém, os jás acostumados com JRPGs, não deixarão de notar os velhos clichês já desgastados, como a mulher durona, ex-membro do exército inimigo, o cara grandão e forte, a garota animada, o garoto xarope, pai em busca do filho, amante em busca da amada. Porém, faltou algo que fez muita falta: uma figura antagônica marcante, nos moldes de Kefka e Sephiroth. Confira abaixo uma breve análise de cada um deles (sem spoilers, é claro):

Personagens Jogáveis

– Lightning: A Protagonista do jogo, Lightning é uma ex-combatente militar de Cocoon, ela procurou o fal’Cie de Pulse que a escolheu para se tornar uma I’Cie contra a sua vontade, com o objetivo de destruir a raça humana. Ela tem 21 anos, cabelos curtos loiro acobreado, 1,75m de altura e é muito bonita, com um corpo atlético e por incrível que pareça, não apela para um lado mais sensual, mas mesmo assim possui uma formosura à sua moda e é uma rival à altura de Yuna de Final Fantasy X e X2. Para a concepção da personagem, Tetsuya Nomura resolveu criar uma versão feminina de Cloud Strife de Final Fantay VII e ela é uma pessoa individualista e implacável. Seu nome continua a tradição de nomear os protagonistas da série com nomes relacionados com o tempo ou o céu. Ela usa como arma uma combinação de espada e arma chamada Blaze Edge, semelhante à de Squall de FFVIII. Ela é muito ágil e acrobática durante as batalhas e é dublada na versão japonesa pela veterana dubladora, atriz e cantora Maaya Sakamoto, conhecida por emprestar a voz para Pandora dos Cavaleiros do Zodíaco e Aerith Gainsborough, de “Advent Children”. A versão americana é feita pela atriz Ali Hillis, que já trabalhou nos games “Mass Effect” e “Xenosaga”.

– Snow Villiers: Antes de tornar um I’Cie, Snow era o líder da Team Nora, um grupo que luta contra a opressão de Cocoon. Ele é um personagem muito grande, com 2 metros de altura, e  com uma grande força, ele é capaz de carregar duas pessoas ao mesmo tempo. Ele foi foi apelidado de “Mr. 33 cm” pela equipe de produção de FFXIII, por causa do tamanho dos seus sapatos (e não de outra coisa). Ele considera Lightning como a sua irmã mais velha e está num relacionamento com a irmã dela. Em contraste à rapidez e velocidade de Lightning, Snow é mais lento, porém mais forte e usa seus punhos como arma. É dublado por Daisuke Ono na versão japonesa e por Troy Baker na versão americana.

– Oerba Dia Vanille: Vanille é uma jovem de 19 aninhos, muito sensual e misteriosa de cabelos castanho avermelhados, usado em forma de rabo de cavalo e que vive em Pulse. Ela é uma das que foram exiladas de Cocoon e posteriormente salva pela Team Nora. Ela possui uma personalidade inocente e infantil e mostra-se muito compassiva, mas por vezes pode ser muito teimosa. Ela também serve como narradora do game. Sua arma é uma espécie de vara de pesca que pode ser dobrada para transporte. Forte candidata a ter milhares de cosplayers por aí.

– Sazh Katzroy: Um ex-piloto de aeronaves do exército e é amigo de Lightining. Ele usa duas pistolas como arma e sua principal vantagem é atacar os inimigos de longas distâncias. Sazh é um homem afro descendente de meia idade, ele tem um filho pequeno de quem é muito próximo e sua principal motivação no jogo é encontra-lo. Sazh tem como bicho de estimação um bebê Chocobo, que vive dentro do seu cabelo “black power”. Ele é um homem de bom senso e discernimento moral, com uma personalidade gentil e delicada. Tetsuya Nomura se baseou no cantor Lionel Richie para criar o visual de Sazh.

– Hope Estheim: Hope é um jovem rapaz de quatorze anos que viaja com o grupo de Lightning. Ele tem cabelos prateados e usa roupas coloridas, e tem como arma um boomerang. Sua mãe morreu quando se aliou ao Team Nora, e Snow cumpre com o seu último pedido que é de “proteger o rapaz“, mesmo que ele odeie Snow por ter incentivado sua mãe à lutar. Apenas minha opinião, mas acho esse moleque um xaropão muito mala.

– Oerba Yun Fang: Uma mulher de cabelos negros que usa roupas semelhantes aos Sari indianos decorado com acessórios tribais e que possui a marca de um I’Cie no ombro direito. A sensualidade que faltou em Lightning, sobra em Fang. Ela costumava trabalhar no Sanctum de Cocoon, sob as ordens de Cid, antes de se tornar uma I’Cie em Pulse. Ela empunha uma lança que pode se transformar em um Sansetsukon na batalha. Conforme revelado por Tetsuya Nomura em entrevista, durante os estágios iniciais de desenvolvimento ela se destinava a ser um personagem masculino.

Vilões

– Jihl Nabaat: Uma mulher inteligente, mas cruel. Com os seus cabelos loiros que chegam aos joelhos e seu óculos, ela é uma tenente-coronel da PSICOM. Ela vê os I’Cie como sub-humanos, e acredita que é preciso exterminá-los. Na versão americana é dublada pela competente Paula Tiso, que já emprestou sua voz para Sylvia Christel de “No More Heroes”, a Lulu de FFX e a Octopus de “Metal Gear Solid IV”.

– Yaag Rosch: Um homem com um ar intimidador, com uma cicatriz na testa e cabelos prateados. Rosch é o diretor do PSICOM e era o superior de Lightning. Ao contrário de Jihl, começou a questionar as ordens do governo e ele sente que deve seguir suas próprias ordens para o bem do seu povo.

– Cid Raines: Um brigadeiro da Força Aérea de Sanctum que comanda a aeronave Lindblum e usa uma Edge Blaze como arma. Como Rosch, Cid tem dúvidas sobre o seu governo e passa a ajudar o grupo de Lightning.

– Galenth Dysley: O principal antagonista do jogo e o líder do Sanctum, o governo de Cocoon. Cheio de segredos, seus planos se realizados podem acabar em morte e destruição para muitas pessoas. Longe de ter o mesmo status de um Kefka ou Sephiroth da vida.

– Orphan: O fal’Cie elementar que criou Cocoon. A derrota de Orphan é o foco do grupo de Lightning.

Outros Personagens

– Serah Farron: Irmã mais nova de Lightning e noiva de Snow (o que Lightning não aprova). Ela também é uma I’Cie, com uma marca no braço esquerdo e o grupo de Lightning sai em busca para salvá-la.

– Rygdea: Um capitão que trabalha sob o comando de Cid.

– Dajh Katzroy: Filho de Sazh, cuja mãe morreu quando ele tinha três anos. O bebê Chocobo que fica no cabelo afro de Sazh pertence à Dajh. Ele foi separado de seu pai que sai em sua busca.

– Team Nora: O grupo de resistência é formado por quatro membros membros liderados por Snow. Suas vestes foram baseadas em roupas de esportes como basquete e volêi de praia. São eles: Gadot – um homem com cabelo laranja e pele morena escura. Ele usa uma metralhadora nas batalhas, fornecendo assistência rápida. Lebreau – uma mulher de cabelos negros com uma tatuagem de borboleta em seu ombro e um senso de invencibilidade. Atua como curandeira da equipe e assim como Gadot, é amiga de infância de Snow. Maqui – um garoto de cabelos louros que usa óculos e uma roupa rosa. Ele era amigo de Serah antes de se encontrar com Snow, a quem idolatra a ponto de copiar suas roupas. Yuj – outro membro do grupo que é designado para proteger os exilados de Pulse por Snow.

Jogabilidade linear

Agora que você já conheceu a equipe de produção, a história e os personagens do game, passemos para a próxima e importante etapa: a jogabilidade. Boa parte do jogo se passa de forma linear, ou seja, você vai seguir um caminho já determinado pelos produtores do game, o que pode não agradar aos jogadores que gostem do fator exploração em labirintos gigantescos com vários caminhos. Você poderá explorar cenários com uma câmera totalmente 3D, que irá rodar o seu personagem, à procura de itens, alavancas e inimigos. Assim como em “Final Fantasy XII”, os inimigos podem ser vistos na tela, mas ao invés do combate em tempo real, temos uma transição para uma área de batalha por turnos, como nos jogos antigos. Particularmente, prefiro esse sistema mais estratégico, mas há quem prefira a ação intensa de batalhas em tempo real, o que não temos aqui.

A principal diferença neste sistema de batalha para outros “Final Fantasy”, é que você controla apenas uma personagem principal num grupo de três, enquanto as outras serão comandadas pelo AI ou por comandos pré-estabelecidos por você, chamado de Paradigm Shift e de forma bem competente. Com esse sistema, você pode colocar prioridades, como atacar, defender, curar, entre outras coisas.

A barra de tempo ATP (Active Time Battle) está de volta, e é ela que ditará a ordem de seus ataques. A novidade é que você poderá fazer vários comandos através de slots, que aumentam com a evolução do personagem, podendo assim fazer ataques combinados. Sua velocidade e tamanho vai depender da evolução dos seus personagens, de suas classes e suas ações em combate. Também está disponível o ataque automático, que faz o personagem escolher a melhor combinação de suas habilidades e usar automaticamente, ideal para enfrentar inimigos mais fracos e poupar tempo.

Você não ganha experiência no final de cada batalha mas sim CP (Crystalium Points) que serão usados para a evolução dos personagens, através do Crystalium System, um sistema muito semelhante ao eficaz Sphere Grid de “Final Fantasy X“. Com os CPs você pode desbloquear skills, habilidades, aumentar os atributos dos personagens e mudar a classe deles quando desejar. A classe Comando, por exemplo, concentra-se nos ataques físicos, enquanto que a Ravager permite ataques de magias. A combinação de classes entre os seus personagens será vital para o sucesso das batalhas, e caso você queira mudar de classe, isso também é possível.

Outra novidade é a barra Stagger, que confere mais estratégia à mecânica do jogo. Ela funciona como um medidor de fraqueza dos inimigos. Quanto mais vida eles perderem, mas cheia fica essa barra, e quando chega ao seu limite, menos ele vai atacar e mais danos levará. O ritmo das batalhas é intenso e você precisa reagir rapidamente, senão será morto facilmente. O segredo é encher rapidamente a barra Stagger para multiplicar os danos nos inimigos (mais fique esperto, isso vale contra o seu grupo também), que será útil especialmente para os vários chefes que se encontram pelo caminho. Você poderá usar ataques normais, especiais, magias (as clássicas Fire, Ice, etc e algumas novas) e como não poderia faltar, as invocações, que terão um papel importante na história como em “Final Fantasy X”.

Aqui os Summons são conhecidos como Eidolons e podem ser invocados usando os pontos TP. Diferente de outros jogos da série, aqui cada personagem poderá invocar apenas um Eidolon. Alguns Summons, não todos, possuem uma transformação chamada Gestalt, que combina o ataque do Eidolon com o do seu personagem. Lightning por exemplo possui o Eidolon Odin, que pode se transformar em um cavalo, que será montado pela personagem para executar vários ataques devastadores.

Visuais deslumbrantes

E quanto aos gráficos, são tão belos quanto parecem ser nas imagens e videos? Sim meus amigos leitores, o visual do jogo é no mínimo fantástico (a versão do X360 tem uma qualidade um pouco menor), de uma maneira nova mas sem fugir do estilo clássico de anime, afinal estamos falando da Square Enix, perita em contar histórias com visuais impressionantes. Deram bastante atenção aos cenários, que são muito bem construídos, com ambientes repletos de cor, luzes e sombras. Com dezenas de cenários variados, cada um deles possui vida e personalidade que vai te arrancar suspiros de admiração com o refinamento técnico e artístico que o game apresenta o tempo todo, você não irá cansar de admirar as belas paisagens feitas com tanto esmero e dedicação. O design dos personagens segue o padrão “Final Fantasy” e também impressiona pelo grau de detalhismo em suas roupas, acessórios, rostos e expressões faciais. São todos muito expressivos, seja pelas suas faces ou pelos seus movimentos. Tudo isso apenas durante in-game, pois temos também deslumbrantes CGs, com uma das melhores animações já vistas em um game, chegando a rivalizar produções cinematográficas de ponta.

No quesito trilha sonora não precisam se preocupar, apesar do compositor Masashi Hamauzu ser relativamente novo no mundo de compositor de games e FFXIII ser o seu ápice em termos de trabalho, ele não fica devendo em nada aos temas consagrados de Nobuo Uematsu (que já foi confirmado como compositor de FFXIV). As músicas orquestradas são divinamente muito bem trabalhadas e com uma qualidade de bom gosto, não chegam a ser memoráveis como as dos jogos antigos, mas sem dúvida irá agradar os fãs. Puxão de orelha no Hamauzu que tirou o tema da fanfarra quando se vence uma batalha, é muito estranho vencer os combates e não ouvir o famoso tema. Também não precisam temer as dublagens americanas, as vozes foram bem escolhidas e combinam com seus respectivos personagens, desde os principais até os mais obscuros, com interpretações com um bom desempenho e convincentes.

Apesar da linearidade, o game tem em média umas 50 horas de duração, mas que podem ser elevadas caso queira completar todos os desafios, completar as várias missões secundárias, obter todos os itens, desbloquear todas as classes, etc.

Mas e os defeitos?

Mas como nada é perfeito, “Final Fantasy XIII” também apresenta alguns defeitos. O primeiro e principal “defeito“, se é que posso chamá-lo assim, que pude notar ao jogar, é a linearidade em que o jogo se desenvolve e que muitos já devem ter lido por aí. A progressão se resume em se deslocar de um ponto até outro, assistir a uma cena, deslocar-se para outro ponto e assim por diante. Segundo os produtores isso foi feito para dar um enfoque maior ao enredo e para se fazer algo com mais profundidade seria gasto muito mais tempo e dinheiro. Lá pelo final do jogo, você terá mais liberdade (no capítulo 11 – são 13 no total).

Outro “problema” que eu senti ao jogar é a sua mecânica deveras simplificada. Quase tudo é feito de modo automático, o que dá a impressão que a Square Enix quis fazer um jogo para ser assistido e admirado, e não com uma interação elevada. Nos combates você tem um botão Auto Battle que se encarrega de tudo, na exploração de cenários com degraus e abismos os pulos são feitos automaticamente, após as batalhas há autocuras, os membros da sua equipe são escolhidas pelo jogo, você raramente poderá escolher para onde ir. As CGs não possuem interação e estão lá apenas para serem assistidas. Se você morrer, poderá voltar a jogar quase que no mesmo lugar da sua morte. Enfim, você possui pouca autonomia e deve seguir o que os produtores planejaram, o que pode causar uma experiência fria ao tentar se conectar ao universo do jogo. Para os iniciantes ao universo “Final Fantasy” será uma experiência totalmente agradável, mas os veteranos irão sentir falta de um desafio maior.

Como já dito, faltou uma figura antagônica que estivesse presente em toda a trama. Temos outros problemas mais técnicos, que apesar do visual deslumbrante, ocasionais falhas podem ser percebidas no acabamento, como texturização mal feitas e menos detalhadas e por vezes paredes invisíveis que travam as passagens. Os “labirintos” estão longe de serem complexos e difíceis, em FFXIII os ambientes se revelam facilmente e não necessitam de uma exploração cuidadosa, faltando uma conexão com o jogador. Os puzzles são banais, que se resumem a botôes para acessar plataformas, ativar elevadores, abrir portões, etc. E se você possui um PlayStation 3 e Xbox 360, escolha a versão de PS3. Apesar de ambas as versões terem uma mecânica idêntica, o visual (especialmente nas CGs) e nível de detalhes são maiores no console da Sony, pois está rodando em alta definição em bluray, enquanto o X360 possui 3 DVDs em baixa definição. Mas as diferenças não são tão grandes assim e certamente os donos de X360 ficarão satisfeitos em jogar FFXIII em seu console.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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