Análises

Streets of Rage 2

Ruas de Fúria

O clássico de pancadaria da Sega em seu melhor momento 

Grande clássico e legendário jogo da Sega, o primeiro “Streets of Rage” marcou centenas de jogadores da época como um dos melhores Beat-’Em-Up de todos os tempos. Bom, isso até sair em 1992 (um ano muito bom para Sega, que teve “Sonic 2“, “Ecco“, “Thunder Force IV“, entre outros) a sua continuação, “Streets of Rage 2“. Agora imagine tudo de bom que o jogo anterior tinha… pensou? Agora multiplique por 2 e você terá SoR2. Tudo que havia de bom no jogo original foi trazido de volta, só que muito melhor! Há mais personagens, eles são maiores na tela, há mais fases e uma jornada maior, há mais inimigos, mais golpes, mais músicas detonantes de Yuzo Koshiro e claro, a Blaze mais gostosa do que nunca!

Qualquer um que tivesse um Mega Drive era obrigatório ter esse jogo em sua coleção, coisa imperdoável se não o tivesse. Sem dúvida nenhuma a Sega atingiu a perfeição dos Beat-’Em-Up com “Streets of Rage 2“, esqueçam “Final Fight“, “Double Dragon“, ou qualquer outra dessas coisas aí. “Streets of Rage 2” é uma verdadeira pérola que merece ser jogado muitas e muitas vezes.

Desta vez a questão é pessoal! sor2_shiva_stand.png sprite_shiva_sor2armsfolded.gif

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Tudo começa 1 ano depois que os jovens ex-policiais, Axel Stone, Blaze Fielding e Adam Hunter desmantelaram o império do crime do Sindicato e destruíram o seu líder, o misterioso “Mr. X“. A cidade que uma vez estava no ápice da violência e do crime, agora estava segura. A paz reinava novamente nas ruas; os habitantes puderam retornar aos locais que tinham sido obrigados a abandonar, e a cidade retornou à prosperidade.

No aniversário da destruição do Sindicato, Adam, Axel e Blaze encontraram-se em seu bar favorito para comemorar a ocasião e para pôr as novidades em dia. Tanto Axel como Blaze haviam se mudado da cidade; Axel agora estava trabalhando como guarda-costas, e Blaze como professora de dança. Adam tinha voltado aos quadros da polícia, e mudara-se para um pequena casa na periferia da cidade, com seu irmão menor. Os três comemoraram até altas horas da madrugada, e fizeram planos para se encontrarem no mesmo lugar no próximo ano.

Enquanto se preparava para acertar as contas no hotel no dia seguinte, Axel recebeu um telefonema de Eddie “Skate” Hunter: ao chegar da escola, ele encontrara sua casa totalmente destruída. Já havia se comunicado com a polícia, mas ninguém havia visto ou tido notícias de seu irmão desde o início daquela manhã. Axel e Blaze imediatamente se dirigiram para a casa de Adam.

As janelas estavam despedaçadas e a mobília destruída. Havia uma foto pregada no que sobrara da porta de entrada: Adam acorrentado e todo arrebentado, estirado aos pés de um homem que eles facilmente reconheceram.

na versão japonesa é possível ver a calcinha da Blaze nas voadoras, detalhe censurado nos EUA

O desaparecimento de Adam marcou o início de um grande pesadelo. Um bando de criminosos e punks tomaram as ruas da cidade. As gangues dominaram os parques e motoqueiros transformaram um simples passeio noturno pelas ruas da cidade em um campo de batalha mortal. Espancamentos, pilhagens, destruição, estupros se tornaram comuns em plena luz do dia. O caos voltou a reinar, pior do que antes, tomando conta de todos os espaços. O mal que estava escondido nas sombras uma vez mais cairia sobre a cidade.

Axel e Blaze tentaram localizar seus antigos companheiros da corporação de polícia, que um dia haviam fornecido suporte de artilharia pesada. Mas todos eles ou haviam sido transferidos ou demitidos. Desta vez, o Sindicato mantinha o controle total, e os dois ex-tiras ficaram por sua conta própria.

Axel e Blaze partiram para ajudar seu leal companheiro, e junto a eles se juntaram Max Thunder, um amigo de Axel e campeão de luta livre e o irmão mais novo de Adam, Skate. Juntos, decidiram resgatar o amigo, e destruir Mr. X de uma vez por todas. Em seu caminho, estará a espera desses jovens destemidos a mais sinistra coleção de punks e arruaceiros jamais formada. A isto, some-se um pelotão de lutadores profissionais especialmente treinado para liquidá-los!

Gráficossor2_electra_whip-anim.gif

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Maravilhosos! A sega caprichou na sua continuação. Os sprites são enormes, bem animados e cheios de detalhes, especialmente dos 4 personagens principais, que possuem muitos sprites de movimento. Aliás, a character design do game foi Ayano Koshiro, irmã de Yuzo Koshiro, então agradeçam à moça pelo visual da Blaze.

A movimentação dos personagens principais, dos punks e outros bandidos, os chefes de fase estão melhores do que nunca como o “barman” nada amigável, o cara com jato nas costas, entre outros. Mas quem merece destaque mesmo é Shiva, o braço direito de Mr. X, que retornaria no terceiro game. Os bandidos também estão bem personalizados, com cabelos, roupas e movimentos bem diferentes um do outro. Alguns estão vestidos casualmente, outros tem coletes kevlar, punks, caras sem camisa, ninjas, e por aí vai.

Os cenários ficaram ainda mais minuciosos e coloridos, com coisas ao fundo se mexendo, lanternas piscando, as luzes da cidade ao fundo, plantas se mexendo, num total de 8 fases bem variadas e longas, passando por diversas partes da cidade. Se prestar atenção, irá enxergar detalhes como objetos dentro de lojas, bar, nos muros, paredes, etc. Há bastante interação de seus personagens com o cenário, como lançar e destruir objetos como mesas, cones, arcades, latas de lixo, entre outras coisas.

Confira aqui uma rápida descrição de todas as fases:

Centro da cidade – onde você inicia sua busca e onde há vários marginais com facas que dominam as ruas e os becos mais sujos da cidade. Arraste-os para um inferninho ordinário da cidade, e faça a limpeza! No beco, atrás do bar-inferninho, estará Barbon, um “barman” que se dedica mais ao levantamento de barbudos do que de garrafas, e ele não está nada contente com o desaparecimento da sua clientela, promovido por você! Detalhe para o belo efeito de chuva quando você saí do bar, muito bem feita!

Mate os maloqueiros fazendo pose. Cuidado com o microfone dessa vadia

Ponte em construção – continuando sua jornada, você irá passar por uma ponte dominada por motoqueiros que planejam lhe arrancar o couro. Você será cercado dentro de um caminhão onde os melhores lutadores o esperam. No final da ponte, um ataque aéreo de Jet ameaça arruinar-lhe o dia. Fase genial, repare nas lanternas se mexendo no fundo do cenário.

 
A moçada ao fundo quer ver sangue, não os decepcione. Acabe com esse palhaço voador com voadoras

Parque de Diversões – Faça com que os canalhas locais saibam que a festa deles termina assim que você inicia seu passeio pelo parque. Jogue um pouco nos fliperamas e entre no espetáculo de Piratas, onde tipos ninja manejando espadas lhe proporcionarão uma violenta competição. Entre também na Alien House, onde as colunas explodem e um perigo real espreita sob uma névoa enganadora. A atração principal o estará esperando, um clone mutante do Blanka. Bela fase, belos gráficos com efeitos de scrolling ao fundo. A Alien House é bem criativa e o efeito do nevoeiro é bem legal.



Olha só a folga da bela adormecida, vá lá e dá uns cacete nele. O jogo é tão legal que até os bandidos jogam nos flipers

O Estádio – No estádio você encontrará Big Ben, um fã gordão de beisebol que, aparentemente, já comeu uma dose exagerada de cachorros-quentes com cebola e pimenta. Limpe a área, mas cuidado com seu hálito devastador. Um elevador secreto o levará para uma arena subterrânea de lutas no melhor estilo de “O Grande Dragão Branco” onde o vencedor levará tudo. Prepara-se para encarar uma montanha de luta – livre. Uma curiosidade, um dos gordões tem o nome de “Heart“, em uma referência ao popular anime/manga Hokuto No Ken, que tem um artista marcial obeso de mesmo nome.

Detone a “baleia” e vá até o ringue secreto. Não deixe o puto te pegar pelos cabelos, senão já era

O Navio – Pegue o navio que irá levá-lo para o esconderijo de Mr. X, que desta vez tem sua própria ilha particular. Verifique se a carga esconde objetos de valor ou gângsteres escondidos. Ataque Raven, um lutador de kick-box bastante nefasto e abra caminho entre os motoqueiros na doca.

Cuidado com o magrão  Muay Thai ali em cima. O boxeador, apesar de gordo, é bem rápido e forte

A Selva – Você chegará em uma ilha, ao andar pela praia cuidado com os capangas de Raven, que virão aos montes. Você irá adentrar na selva, passando pelo meio de sacos de areia. Essa fase é curta, mas os inimigos não. Nessa fase também temos outra referência à Hokuto No Ken, com um personagem chamado “Souther”.

Os caras são traiçoeiros, vão te cercar e moer de pancada. Na selva, vários capangas te esperam

Fábrica de munições – Fase já clássica, vinda do primeiro game. Atravesse a fábrica passando por correias móveis e inimigos cada vez mais difíceis. Você vai chegar em um elevador que o levará para o telhado, onde 2 robôs de segurança de Mr. X o estarão esperando.

Abra caminho pela fábrica. Você está quase chegando, não deixe a quantidade de inimigos te amedrontar

Quartel General do Sindicato – Assim como em “Streets of Rage”, você irá encarar todos os chefes aqui novamente, claro que eles estão mais fortes. Ao fazer a limpeza irá pegar o elevador que vai até o Mr. X, onde você vai enfrentar um dos melhores guarda-costas já feito nos games: Shiva. Depois de derrotá-lo, será a vez do próprio Mr. X. Ao fundo estará tocando o tema de Streets of Rage para te deixar no clima. Derrotar Shiva será bem mais difícil que o próprio Mr. X.

comece com os peixes pequenos, depois derrote Shiva e Mr. X (que na versão japonesa aparece sentado fumando um cigarro, detalhe cortado nos EUA)

Músicas anim_blaze-sor2_stand-mod.gif

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Estamos falando de Yuzo Koshiro no auge de sua carreira, com o trabalho que ele próprio diz ser o melhor que já fez. E quem somos nós pra duvidar do cara? Ele já havia mostrado do que era capaz com o primeiro “Streets of Rage” e com o “The Revenge of the Shinobi“. “Streets of Rage 2” é a sua obra-prima, com algumas músicas remixadas do primeiro e outras totalmente novas. Com certeza uma das melhores trilhas sonoras dos 16 Bits, e mesmo hoje ela ainda impressiona, como a belíssima música da abertura, que ficou para sempre na história dos videogames.

As músicas são no estilo eletrônicas dance-techno, como as do primeiro game, porém bem mais elaboradas e refinadas. Ela darão o clima perfeito para você caminhar pelas fases e distribuir porrada nos vagabundos ordinários!

Os efeitos sonoros também estão melhores e com maior quantidade, já que no primeiro SoR parece que o pessoal andou economizando nos efeitos sonoros. Você irá escutar diversos sons de porrada do melhor estilo do filmes de luta B de Jean Claude Van Damme. Sons para latas de lixo, caixas, espadas, canos e até o barulho de choque do chicotes elétricos. Show de bola. Temos algumas vozes também, alguns até falam alguma coisa, que não estou lembrado agora. Os gritos de mortes estão muito bons, alguns bem desesperados.

Escute abaixo a maravilhosa trilha sonora completa do game: sor2_barbon_taunt.png

Não tenha dó e desça a paulada na biscate. Se seu parceiro te encher o saco, dê porrada nele também

Jogabilidade anim_axel_sor2stand.gif

Num jogo como “Streets of Rage” a jogabilidade é uma questão importantíssima, pois sem ela não adianta ter gráficos e sons maravilhosos, o jogo não vai para frente. Felizmente, esse não é o caso aqui, a movimentação dos personagens é suave e precisa, respondendo rápido aos comandos. Cada personagens tem vários golpes, normais e especiais (consomem um pouco de energia), além de cada um ter suas características. Por exemplo, Blaze é bem equilibrada, Axel é forte mas o seu pulo é fraco, Max é uma montanha de músculos (e tão ágil quanto uma) e Skate é fracote mas bem veloz. O bom é jogar com todos os personagens e testar todos os seus golpes para ver com qual você prefere ficar. E claro, temos a opção para 2 jogadores simultâneos, a preferida pela galera e que sempre acaba em briga entre os dois.

não espere conseguir um guaraná nesse bar. O fedelho é pequeno, mas dá uns golpes espertos: “não é a mamãe”

Ainda terá pelo caminho vários itens para você pegar como vidas extras, maçãs e frangos que recuperam energia e dinheiro que aumentam sua pontuação. Mas o melhor mesmo são as armas, algumas estão escondidas, outras jogadas pelo chão e outras você vai ter que catar das mãos dos inimigos. Temos a Faca “fura-bucho”, ideal para fatiar, cortar e arejar os cafajestes a curta distância. O Cano é uma ótima escolha para dar pancadas na cabeça da moçada e ainda fazer um som maneiro. Temos também a Kunai, arma ninja parecida com um shuriken, que funciona tão bem quanto uma faca. E a melhor de todas, a Katana, espada japonesa que irá fazer picadinho de quem ficar na sua frente.

vários tipos de inimigos, cada um com uma quantidade de energia e golpes diferentes. Claro, muitos deles se repete durante as fases, mudando só a cor da sua roupa e a força do seus golpes (que tiram mais energia). Mas não pense que você está enfrentando “zé-manés“, todos eles tem o nominho em cima da barra de energia. Se você gosta de desafios, é colocar a dificuldade no hard e se divertir. Os capangas virão aos montes em cima de você, e o que é melhor: NÃO há slowdown! Uma maravilha, a tela pode estar completamente cheia e você ainda poderá se mexer normalmente pra tentar dar porrada, mostrando o poder do processador do Mega Drive “Blast Processing“!

ah, que gostoso, bem na fuça do maloca. Descansando? Só depois que acabar o jogo

PLAYBOY-Blaze

Blazer era a sex symbol da molecada nos anos 90!

The battle fieldings are waiting

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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