Opinião

Final Fantasy IV: quando o protagonista precisa vencer ele mesmo para trilhar o caminho da luz

Uma analogia ao "superarmos nós mesmos"

Sempre gostei de jogos com ênfase em história, onde acompanhamos a trajetória de um grupo de guerreiros para salvar o mundo. No entanto, umas das cenas que considero mais emblemáticas e poéticas que definiram minha infância e um período de adolescência está em Final Fantasy IV, ou o Final Fantasy II, como era o cartucho que alugava na locadora e posteriormente comprei. Aqueles que não quiserem spoiler deste game, parem por aqui! Já que nesse mês de setembro o título chegará para a coleção Pixel Remaster.

Na história, controlamos o cavaleiro das trevas, Cecil, que apesar deste título, tem um bom coração. Ao longo do game, um velho sábio diz que ele não poderia continuar lutando pelo bem sendo alguém com habilidades das trevas, e o orienta a subir uma montanha para solucionar esse problema. Então, nós subimos a montanha, enfrentamos alguns desafios (leia-se: inimigos e chefes), e no final encontramos uma sala com um espelho.

No centro dessa sala há uma espada, que quando Cecil toca, ele se transforma em um Paladino, que é um guerreiro da luz. No entanto, ao olhar o espelho, seu reflexo continua sendo do cavaleiro das trevas, sendo que este último atravessa o espelho e ambos precisam batalhar numa luta corpo a corpo. Somente se o Cecil paladino vencesse o Cecil cavaleiro das trevas, a aventura poderia continuar.

Creio que a Squaresoft desenvolveu essa cena para ser uma analogia ao nosso processo de vencermos a nós mesmos para “seguirmos em frente”, como se nosso pior inimigo fosse, de fato, nós mesmos, que temos que vencer em diversos momentos da vida. Assim como o Cecil para lutar pela luz precisou vencer o seu lado trevoso, nós, seres humanos que vivemos uma experiência terrena, precisamos lutar contra o nosso lado obscuro para também trilharmos o “caminho do bem”.

Assim como aconteceu em Final Fantasy IV, sempre precisamos vencer a nós mesmos, nosso lado deprimido, cansado, às vezes raivoso e enfurecido, para colocar em seu lugar sentimentos mais nobres, como perdão, bondade, caridade, e outros que nos trazem bem estar, independente das circunstâncias do “mundo lá fora”. O desafio é vencer a nós mesmos.

 

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